Equador: com colapso na Saúde, 771 morreram dentro de casa em Guayaquil

O colapso do sistema de saúde em Guayaquil, maior cidade equatoriana, está fazendo com que centenas de pessoas sequer consiga buscar assistência médica. Em três semanas, as autoridades já recolheram 771 corpos de dentro das casas, média de 36 por dia.

A responsabilidade é do presidente Lenin Moreno, que no ano passado demitiu 3500 trabalhadores da saúde – para atender aos credores internacionais.

E mesmo neste caos, com mortos sendo enterrados em caixões de papelão doadas, sua declaração não deixa dúvida que sua prioridade não mudou: “A pandemia nos atingiu em um momento crítico. Nos pegou sem um centavo nas contas e com uma dívida histórica de US$ 65 bilhões”.

Já seu vice, Otto Sonnenholzner, preocupa-se que houve “uma forte deterioração de nossa imagem internacional”

O Equador é, junto com o Panamá, o país com mais mortes de covid-19 na América Latina, proporcionalmente: 20 óbitos por 1 milhão de habitantes. O Brasil tem 6 mortos para cada 1 milhão de pessoas. É notável, ainda, que o número de corpos retirados de casa supera o número estimado de mortos nos hospitais, 631 até dia 13 de abril, o que demonstra o tamanho do colapso do setor de saúde.

Soma-se ao desmonte prévio do sistema hospitalar a demora em adotar o isolamento social e de implementar medidas de proteção social. “Aqui há muita gente pobre que vive do dia a dia, de vender água ou bala no farol, por exemplo. Vivem sem água, sem eletricidade, sem os serviços básicos, em casas de madeira. É muito difícil fazer quarentena, ficar em casa nessas situações. E se essas pessoas não saem para trabalhar, não comem”, conta a jornalista Carolina Mella (O Estado de S. Paulo.)

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