Grécia: greve contra privatizações

A partir do dia 1º de março, os trabalhadores, a juventude, todo o povo grego se enfureceram. Na noite de terça-feira, 28 de fevereiro, pouco antes da meia-noite, um trem de carga e um trem de passageiros colidiram em Tempi (perto da cidade de Larissa) enquanto viajavam um em direção ao outro.

57 pessoas morreram no desastre que também deixou dezenas de feridos. Não se passou um dia desde o desastre sem que protestos ocorressem em todo o país.

Desde 1° de março que nenhum comboio circula, e o presidente do Sindicato dos Maquinistas (OSE) denunciou publicamente a pobreza de todo o sistema ferroviário privatizado: “Toda a sinalização é feita manualmente. Desde o ano 2000 que os sistemas não funcionam.”
Embora o chefe da estação de Larissa tenha admitido erro humano, ninguém quer que ele pague pelos verdadeiros responsáveis. Os manifestantes exigem a punição das autoridades e o fim da política de privatizações.

“Não é um acidente, é um assassinato. Nossas vidas importam!” é a palavra de ordem unânime durante as mobilizações.
A coalizão Antarsya, o NAR e a organização juvenil NKA convocaram manifestações com o grito de “abaixo a privatização, a pobreza, o sistema e a União Européia, responsáveis pela venda da ferrovia e de todos os bens públicos em nome da ‘liberdade’ dos mercados”, e acusam “os governos que assassinam, expropriam e defendem os lucros e as riquezas, contra o povo”.

O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, que se apressou em falar de “erro humano” e cuja atitude foi imediatamente percebida pelos gregos como uma tentativa de se inocentar, teve que se desculpar no domingo, 5 de março, dizendo: “Não nos esconderemos atrás do erro humano”.

Numa situação de emergência, quando parecia ser favorável ao governo a convocação de eleições gerais, talvez já em abril, o governo “suspendeu” a convocação do escrutínio. Enquanto a greve no setor industrial foi seguida durante toda a semana de 27 de fevereiro, junto com alguns setores da educação, cultura e estudantes, uma greve geral foi convocada para 8 de março, em todo o país, pela Adedy (Confederação dos Sindicatos dos Funcionários Públicos).

O movimento reuniu dezenas de milhares de pessoas novamente em Atenas e nas principais cidades do país.

No dia 16 de março, uma nova greve levou ainda mais pessoas às ruas enquanto os serviços de transporte ficaram quase completamente paralisados. Também entraram na greve estudantes, professores e diversas outras categorias.

Correspondente

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