A Operação Lava Jato continua com o seu trabalho, preparando novas condenações de Lula. Não bastou mantê-lo na prisão sem nenhuma prova de crime no processo do triplex. Não bastou retirá-lo da campanha eleitoral, única forma de evitar sua vitória na eleição presidencial. Querem ir mais fundo na tentativa de retirar Lula da vida política e intimidar o movimento de massas.
Há dois processos cujas sentenças em primeira instância deverão sair neste início do ano. Um deles diz respeito à suposta compra de um terreno para o Instituto Lula. No outro, o ex-presidente é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, porque empreiteiras ligadas à Petrobras teriam feito reformas e benfeitorias em um sítio que Lula frequentava, mas não é dele!
As acusações e suas pretensas provas são ridículas. No caso do sítio, o que há são suposições e conclusões forçadas, a partir de banalidades, como o fato de Lula e sua mulher, Marisa Letícia, dormirem no quarto principal, quando ali se hospedavam.
A afirmação de que a reforma foi bancada por uma “conta” com o PT é do empresário Leo Pinheiro, da OAS, em delação premiada – aquela na qual o preso é orientado a incriminar Lula para obter vantagens, como fez Antonio Palocci.
Se tais barbaridades são cometidas contra um ex-presidente da República, o que não poderá ser feito pelo Judiciário contra cidadãos comuns e movimentos organizados que ousarem lutar contra as medidas do novo governo? A luta por Lula Livre concentra a defesa da democracia no país.
Ordens dos generais
O Judiciário, trabalhando sob as ordens dos generais, cumpre o papel de afastar Lula e criminalizar o PT. É uma necessidade do capital financeiro, para que o atual governo execute o seu programa de regressão.
Em uma cerimônia no início do mês, Bolsonaro reconheceu a importância do ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, para a sua chegada à Presidência: “General Villas Bôas, o que já conversamos ficará entre nós. O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui”. E o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, demonstrando que está disponível para colaborar, participou de pelo menos quatro posses de ministros.
Enquanto isso, as fortes evidências de ilegalidades da família Bolsonaro são minimizadas ou deixadas de lado por delegados, procuradores e juízes tão zelosos na tarefa de perseguir os petistas. Ex-assessor de Flávio Bolsonaro, o PM da reserva Fabrício Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre 2016 e 2017, valor muito superior aos seus salários do período. Alegando estar doente, Queiroz não prestou depoimento ao Ministério Público, mas apareceu dançando alegremente no caro Hospital Albert Einstein, zombando de todos e desnudando a farsa da “luta contra a corrupção”.
Cláudio Soares