Um sinal de que a luta é pra valer
O povo brasileiro não merece esse governo de destruição até 2023. É o que motiva desde maio os atos de rua por Fora Bolsonaro.
A maior liderança popular do país, Lula, deveria ser protagonista nesta mobilização para elevá-la a um patamar superior.
Em junho Lula estava em dúvida de ir a um ato na avenida Paulista, a imprensa deu e ele próprio mencionou no Diretório Nacional. Estivemos entre os que defenderam a presença também no último DN, dia 11 de setembro (Lula ausente).
O argumento sanitário, com todos os cuidados adotados, não é mais proibitivo. O argumento da “politização” dos atos, a esta altura, depois que Bolsonaro e os aspirantes à “terceira via” foram a atos se promover, não tem sentido.
Lula foi, em certo momento, nos atos do Fora Collor (1992) e do Fora Temer (2017). Por que não iria agora?
Desde o tempo dos atos das Diretas Já (1984), sabemos a importância da presença das maiores lideranças – na época, Lula e Brizola – junto aos partidos, sindicatos e movimentos. É o normal quando se trata como hoje da questão de “que governo”, pois na tribuna se apresentam caminhos para realizar as aspirações populares de que são depositárias as lideranças. Aí se mostra na mobilização a relação de forças das alternativas.
No dia 7 Bolsonaro mostrou tudo o que tem, para continuar. A “terceira via” mostrou dia 12 que não tem massas, nem vontade de construir uma saída (impeachment ou outra) – ambos esperam 2022. Lula, sim, junto a uma mobilização mais ampla mostrará a força para construir o Fora Bolsonaro.
Anunciar a presença de Lula nos atos é um sinal de que é pra valer, para as entidades e a opinião pública em geral, é uma mensagem aos milhares de ativistas e estruturas do PT e partidos de esquerda que, na falta dele, estranho a esta altura, seriam levados à uma preparação administrativa das eleições de 2022. Lula deve ser o candidato do Fora Bolsonaro, o que antes, melhor!
Markus Sokol
Quando a JPT convidou Lula
Em 16 de junho, a Juventude do PT (JPT) em reunião de sua Executiva, tirou uma Carta à juventude brasileira convocando-a a sair às ruas e convidando Lula a se somar aos atos:
“Compreendendo a importância desse momento e sabendo que sua história nos inspira a lutar mais ainda, nós, da JPT, queremos convidar nosso Presidente Lula a estar conosco nos atos do dia 19. Sabemos de todas as dificuldades, mas estar nas ruas ao lado do maior militante e expoente político desse país somente reforça a defesa do povo brasileiro contra o genocídio que ocorre no Brasil.”
A mobilização em parte espontânea da juventude tinha surpreendido na primeira jornada nacional presencial em 29 de maio, mas lotar as ruas era fundamental para o objetivo político, não específico da juventude, por isso, esse convite para a segunda jornada.
Duas horas após a reunião noturna que aprovou a Carta, a parte relativa a Lula foi retirada sem discussão. Foi comunicado que o convite não poderia ser feito, por orientação do Instituto Lula, justificando a avaliação das Frentes (Brasil Popular e Povo Sem Medo) de Lula não ir para manter a unidade.
A Juventude Revolução do PT (JR) foi contra retirar o convite, reforçando o acerto da posição autônoma da JPT.
O argumento da unidade para não constranger algum setor político estava em contradição com a mobilização por baixo, mas caiu por terra depois que buscaram compor atos com aspirantes a “terceira via”.
Jeffei(JR)