Lula retoma a demarcação de Terras Indígenas

Se teve uma coisa que o ex-presidente, capanga do agronegócio, prometeu e cumpriu foi que em seu governo cessaria qualquer demarcação de Terras Indígenas ou Quilombolas.

Nestes quatro meses de governo, Lula começa a reverter a drástica situação à qual o governo anterior confinou os povos indígenas. No dia 28 de abril no encerramento do Acampamento Terra Livre, Lula assinou a demarcação de seis Terras Indígenas.

Logo no início do governo, em visita às comunidades Yanomami, Lula declarou situação de emergência, tomou primeiras medidas.

“Eu fui lá no acampamento em Roraima, e o povo lá dava comida em lata para as pessoas comerem, sem nenhum respeito aos hábitos alimentares daquelas crianças e daqueles adultos. Isso vai mudar. Definitivamente vai mudar. O mandato é de quatro anos, e nesses quatro anos nós vamos fazer mais do que nós fizemos nos outros 8 anos que eu governei esse país.” declarou Lula no encerramento do Acampamento Terra Livre em 28 de abril. Dia em que também anunciou a liberação de 12,3 milhões para a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) para ajudar as comunidades Yanomami. Além de assinar outros decretos instituindo o Comitê Gestor da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental em Terras Indígenas (PNGATI) e que recria o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI), extintos pelo governo de Bolsonaro.

Em seu discurso no evento Lula afirmou: “Eu queria que vocês tivessem consciência de que nós vamos fazer tudo aquilo que nós falamos durante a campanha. Nós vamos legalizar as terras indígenas. A gente vai ter que trabalhar muito para que a gente possa fazer a demarcação no maior número possível de terras indígenas. Não só porque é um direito de vocês, mas porque, se a gente quer chegar em 2030 com desmatamento zero na Amazônia, a gente vai precisar de vocês como guardiães da floresta”.

Urgente. A retomada da política pública para os povos indígenas é urgente para dar um basta ao apetite destruidor, de garimpeiros, fazendeiros que ameaçam os povos indígenas e a própria floresta. Um levantamento do observatório De Olho nos Ruralistas identificou 1.692 fazendas com incidência em território indígena por trás da qual estão gigantes do agronegócio, a indústria armamentista e investidores dos cinco continentes. 

Os casos abrangem 25 estados e incluem multinacionais como Bunge, Amaggi, Bom Futuro, Lactalis, Cosan, Ducoco e Nichio, além dos bancos Itaú e Bradesco.
 

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