Os presidentes das Fundações daqueles cinco partidos lançaram um manifesto de caráter programático “Unidade para reconstruir o Brasil”, que a imprensa chama de frente de esquerda ou centro-esquerda.
É escandalosa a ausência da defesa do direito de candidatura de Lula, bloqueada pelo PDT de Ciro Gomes, no texto que termina no “convite a outras Fundações do campo democrático a se agregarem”.
Isto predomina largamente sobre as insuficiências ou qualidades do documento, afinal, inicial, com partidos que tem seus candidatos presidenciais no 1o turno, portanto, com diferenças entre si.
O problema é o texto já indicar aonde quer chegar, mesmo num 2o turno – um candidato presidencial que não Lula, talvez junto com outros partidos golpistas!
Assim, a iniciativa que nasceu em 2017 para defender “eleições democráticas”, contra a perseguição à Lula, evoluiu e ampliou para discutir “programa”, mas virou as costas à questão central da democracia, hoje, o direito de Lula se candidatar. Portanto, não é uma frente democrática, quanto mais de esquerda!
O que o PT está fazendo aí?
Os argumentos a respeito na reunião da Executiva do PT (22/02), eram que “não podemos nos isolar”. Os mais realistas admitiam, “é difícil, mas não vamos desistir de quebrar o isolamento”, já existente.
Mas tentar uma frente programática com estes cinco partidos, na vida real, é impossível!
Apenas 3 dias antes, PDT e PSB votaram juntos em peso no Congresso, a intervenção militar no Rio decretada por Temer – qual a base programática real?
Para governar, o 6o Congresso do PT propôs a frente com “setores anti-imperialistas, antilatifundiários, antimonopolistas e radicalmente democráticos”. Além do PCdoB e do PSOL, existem setores daquele tipo no PDT e PSB, mas não esses dois partidos como tais.
Na orientação do 6o Congresso, agora, para quebrar o isolamento, façamos atos e manifestos, inclusive com quem não é eleitor de Lula ou tem outro candidato, mas em defesa do direito democrático de Lula se candidatar.
A Executiva tem que se aprumar. Nenhum passo atrás, nenhum direito a menos!