Quase 100 mil trabalhadoras estiveram na 7ª Marcha das Margaridas, em Brasília-DF, nos dias 15 e 16 de agosto, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG).
O evento é inspirado na trajetória de luta de Margarida Maria Alves, uma paraibana, trabalhadora rural e líder sindical, primeira mulher a ocupar o cargo de presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, que foi assassinada na porta de casa há 40 anos e tornou-se um símbolo da luta pelo fim da violência e em defesa dos direitos dos trabalhadores rurais: carteira assinada, 13º salário, férias e jornada de trabalho de 8 horas.
Durante a Marcha, que foi a maior manifestação de massas desde a sua posse, o Presidente Lula afirmou em discurso: “Não toleraremos mais discriminação, misoginia e violência de gênero. Não podemos conviver com tantas mulheres sendo agredidas e mortas diariamente dentro de suas casas, como também não é possível achar normal que, exercendo a mesma função, uma mulher ganhe menos que um homem”.
Na ocasião, Lula assinou uma série de decretos relacionados a luta dos trabalhadores rurais e das mulheres, dentre eles, o decreto nº 11.640, que institui o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios e, de acordo com o texto do decreto, visa implementar ações governamentais para prevenir mortes violentas de mulheres e garantir o acesso aos direitos e à justiça às mulheres em situação de violência. Assinou também decretos relacionados ao combate a violência no campo e decreto sobre seleção de famílias e retomada da reforma agrária, com pontuação diferenciada para famílias chefiadas por mulheres, dentre outras medidas.
O presidente afirmou que a retomada da reforma agrária “é o que esperam as margaridas, assim como esperam todos os trabalhadores do campo”. Sim, foram os trabalhadores do campo e da cidade que elegeram Lula! Portanto, numa realidade que ainda hoje mais de 60 mil famílias estão acampadas, as medidas anunciadas pelo presidente são, de fato, passos importantes para o avançar na luta por condições dignas de vida do trabalhador e da trabalhadora rural e das mulheres trabalhadoras no país.
Maíra Gentil