Mercenários: o envio de armas à Ucrânia não para de aumentar 

Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos EUA, que desempenhou papel central durante a guerra do Vietnã e nas relações com a China, avaliou em uma entrevista ao The Economist (20 de maio):

“Estamos a caminho de um futuro confronto inevitável, ao meu ver, loucamente perigoso. Nesse momento enviamos à Ucrânia uma quantidade de armas que a deixa num nível de o país mais armado da Europa, mesmo sem armas estratégicas, com uma liderança pouco experiente.”

Na verdade, os combates estão se intensificando.

A cada dia que passa, a Rússia bombardeia, principalmente a capital, Kiev, com um número de mísseis e drones nunca antes igualados.

Por seu lado, o exército de Zelensky ataca os navios russos no Mar Negro e faz incursões, avançando cada vez mais em território russo.

No início de maio, dois drones foram abatidos sobre o Kremlin. Zelensky e a imprensa internacional tinham então afirmado tratar-se de uma manobra russa, que teria servido de pretexto a uma resposta para bombardear a Ucrânia. The New York Times de 24 de maio relata que os serviços estadunidenses consideram na realidade que a operação foi orquestrada por unidades especializadas do exército ucraniano, talvez com ajuda dos serviços secretos estadunidenses.

Ataques terrestres na Rússia, provenientes da Ucrânia, são realizados por uma dita milícia de cidadãos russos.

Eles provavelmente têm cidadania russa, mas são mercenários em nome da Ucrânia. Aliás, entraram em território russo em veículos blindados, e seu representante explicou tê-los comprado “numa loja de material militar”. São armazéns do exército ucraniano de armas entregues pelos ocidentais.

Denis Kapoutine, conhecido como White Rex, é o líder do Corpo de Voluntários Russos, uma milícia nazista. White Rex viveu na Alemanha em meados da década de 2000, onde militou no grupo nazista alemão. Por esse motivo, foi expulso e banido da União Europeia. Viveu depois alternadamente na Ucrânia e na Rússia. Participou da revolta de Maidan em 2014. Ele é um mercenário. 

Lucien Gauthier, publicado originalmente no jornal francês Information Ouvriére.
Tradução: Leonardo “Ratão” Ladeira

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