Depois da enrolação do Metrô e do governo Doria sem abrir mesa de negociação, a direção da empresa publicou comunicado onde afirma que “o salário do mês de julho será processado no dia 31 de julho com redução de 10% sobre o salário nominal e a gratificação de função quando houver”.
Ao mesmo tempo mantêm a retirada de direitos e ataque ao Plano de Saúde dos trabalhadores. Para o Sindicato dos Metroviários “o momento é de organizar a paralisação do dia 28 de julho para quebrar a intransigência da empresa”
Ouvimos a companheira Luciana Benute, diretora do Sindicato dos Metroviários sobre o ataque aos salários e direitos.
Luciana nos contou que os trabalhadores do Metro “estão muito apreensivos, Já perdemos vários benefícios do Acordo Coletivo e agora vem essa redução salarial em julho. Tem também a ameaça de mexer no convênio médico e outras perdas.”
Para resistir segundo ela os metroviários “estão indo para a greve dia 28 de julho, próxima terça-feira. Esperamos reverter a situação absurda. O governo do Estado de São Paulo precisa subsidiar o transporte metroviário. Lutamos por um metrô público e de qualidade.”
A diretora do sindicato explicou como a pandemia impacta a categoria. Para ela os trabalhadores “estão muito sobrecarregados, com grande parte dos metroviários afastados por estarem no grupo de risco. A base está muito revoltada, porque não há reconhecimento algum do trabalho dos metroviários que estão na linha de frente dessa pandemia. Somos essenciais, transportamos pessoal da saúde, limpeza, todos dependem do metrô e não pararam de trabalhar. Luciana contou que “Temos mais de 300 metroviários confirmados com Covid-19. Já são 5 mortos, sendo que 4 estavam afastados e um trabalhando na oficina de trens de Itaquera, na zona leste. O metrô é o segundo maior foco de contaminação do coronavírus, só perdendo para os hospitais”.
Greve dia 28 de julho pelos direitos e em defesa do salário
O sindicato diz que vem buscando negociar com o Metrô e o Governo do Estado de São Paulo para que sejam revistas mudanças em direitos trabalhistas, atacados durante a pandemia, dentre os quais: redução da hora extra de 100% para 50%; fim do adicional de periculosidade dos Operadores de Trem e Agentes de Segurança; redução do adicional noturno de 50% para 20%; fim do auxílio-transporte da complementação salarial, entre outros.
Segundo Luciana, “Estamos sem acordo coletivo desde 01 de maio, e não estamos solicitando reajuste salarial nesse ano, nem a reposição das perdas. Os metroviários entendem o momento que estamos passando e querem apenas manter o que já é direto conquistado.”
Em boletim o sindicato explica: “Organizar a GREVE do dia 28 de julho! O Metrô, a mando do governo Doria, continua atuando de forma provocativa e não está dando outra alternativa à categoria que não seja a greve. Já foram diminuídos ou totalmente cortados vários direitos como horas extras, auxílio-transporte, adicional noturno, entre outros. Há também fortes ataques à organização dos trabalhadores. Profundamente prejudicada com os cortes salariais, a categoria está indignada com o tratamento que está recebendo em tempos de pandemia. O momento é de intensificar a mobilização!”
Alexandre Linares