Mandato Popular dado por 54 milhões é golpeado pelo ajuste de Levy
O cerco se fecha. A cada dia uma nova puxada de tapete do Congresso Nacional, nova escalada nos tribunais, novas denúncias para atingir o PT. Quanto mais o governo cede, mais é empurrado a ceder. Quanto mais a direção do partido não reage e se dobra à política do governo, mais sentem-se fortalecidos os que querem destruir o PT.
O episódio no funeral do companheiro José Eduardo Dutra, ex-presidente do PT – uma provocação ignóbil “petista bom é petista morto” – é mais que um alerta!
Não há mais tempo a perder.
A política econômica de ajuste para atender às exigências do capital financeiro, e de ampliação do poder do PMDB no governo, só faz aprofundar a crise. Com esta política, na verdade, o que se pavimenta é o caminho, cada vez mais favorável, para os que querem tomar de assalto o governo e ir até fim nos ataques à classe trabalhadora e à pilhagem do país.
A ação do governo e a inação da direção do PT concorrem para desmoralizar e confundir os trabalhadores, os jovens, os oprimidos. À eles o que lhes é de direito: empregos, salários dignos, direitos, serviços públicos, terra para quem nela trabalha! Este é o mandato popular, dado por 54 milhões de brasileiros, que hoje são golpeados pela política de ajuste.
Dez meses de Levy no comando da economia, dez meses de sacrifícios aos trabalhadores e suas famílias. Menos emprego, menos salários, menos direitos, menos alunos matriculados nas universidades, menos programas como Minha Casa Minha Vida e Farmácia Popular…
Até onde vai isso? Está passando da hora de retomar com os compromissos assumidos para garantir a reeleição do PT. A presidente Dilma e a cúpula partidária têm aí a maior responsabilidade!
No último dia 3, a chamado da Frente Brasil Popular – que reúne entidades representativas da base social que reelegeu Dilma – ocorreram os atos “em defesa da democracia, de uma nova política econômica, dos direitos e do povo brasileiro sobre o Petróleo”.
Os atos ficaram aquém do esperado. Qual a razão? Os trabalhadores não desistiram de defender seus interesses e enfrentar as forças reacionárias. Mas, como verbalizou o presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, “as pessoas vão defender Dilma em nome de que? ”
Os trabalhadores ainda não desistiram de dirigir as reivindicações a Dilma. Mas, tudo tem um limite, ela tem que os ouvir!
Em direção contrária às bandeiras levantadas no dia 3, como a defesa da Petrobras, a direção da empresa anuncia novo plano de desinvestimento. Dilma empossa novos ministros, rodeada de raposas do PMDB, e segue intocado o ministro Levy, representante dos banqueiros, contra os quais os bancários iniciaram uma greve nacional em 6 de outubro. Todas as categorias em campanha salarial se chocam com as dificuldades impostas pelo ajuste e a intransigência patronal, pretextando a crise.
É nesse cenário que o 12º Congresso da Central Única dos Trabalhadores (CUT), aprofundando o papel jogado pela central na luta contra o ajuste, pode avançar para realizar a ação unificada dos trabalhadores para por fim à atual política econômica e à ofensiva conservadora.
É nesse cenário também que o Diálogo e Ação Petista realiza reuniões em todo país. Nelas, os petistas dispostos a reagir frente à capitulação da cúpula partidária, poderão encontrar um ponto de apoio para apoiar e somar-se às lutas, como a greve dos bancários. Como agia o PT.