O que vem após a morte da Federação com o PSB?

A proposta do PSB de federação com o PT, PCdoB e PV murchou de vez. Dia 9 o PSB saiu fora, oficialmente, mantendo-se aliado de Lula. Dizem dirigentes que sobrou PCdoB-PV. Mas, indiscutivelmente, já tinham perdido o viço os federacionistas do PT, que os há (DS da prefeita Margarida Salomão, setores CNB do deputado Guimarães, RS do deputado Paulo Teixeira, e assessores parlamentares).


Tiraram notas contrárias ao PSB a Articulação de Esquerda, Movimento PT, Avante, Militância Socialista, Esquerda Popular Socialista, além do Diálogo e Ação Petista. O CNB, se fechar questão, não tem maioria absoluta (só relativa) no DN que teria de adotar por 50%+ 1 dos membros nominados em ata ao TSE.

Passada a “viagem lisérgica” da Federação do PSB vem o “chá de cogumelo” da Federação com o PCdoB-PV, menos tóxico, mas que pode nos fazer perder a razão numa “badtrip”.

O DAP defende, e a lei permite, uma frente eleitoral de partidos, e personalidades, entidades e movimentos, notadamente o PSOL, o PCdoB, setores do PSB e do PDT, e outros, sobre a base de um programa de tipo “antiimperialista” – de reconstrução e transformação – encimado pela luta pela Assembleia Constituinte Soberana. Frente de luta, eleitoral e de governo, com Lula Presidente.

Monstruosidade
O DAP rejeita para o PT – os outros são os outros – qualquer federação pela Lei 14.208 de 29.08.2021. Ela extrapola na tutela bonapartista do judiciário sobre os partidos político. Ela obriga ao partido federado na “nova agremiação partidária” a permanecer um mínimo de quatro anos, sob pena de quem sair – a juízo do TSE – perder o fundo partidário, rádio e TV, e ficar interditado de coligações nas duas eleições seguintes.

Ou seja, bem comparando, seria como o “juiz de paz” decidir qual das partes de um casamento em crise terá a renda sequestrada, não poderá mostrar a cara na janela, e estará proibido de namorar nos quatro anos seguintes – pode uma monstruosidade dessa?

A camisa-de-força da lei 14.208 exige dos partidos da “nova agremiação partidária” que se registrem – prazo no TSE até 31 de maio – com “programa, direção e estatuto” comum. Federar com o PSB era errado porque não tem “programa” possível com privatistas e golpistas. Mas o PCdoB-PV não é tudo bem!


Quem quer fazer não só aliança ou frente, mas “nova agremiação partidária” (federação) com o PCdoB?

Esqueçamos o passado sino-albanês dos discípulos de Stálin, o apoio apaixonado ao governo Sarney contra o povo. Fiquemos apenas com seu putinismo na guerra na Ucrânia: “o objetivo é ‘desmilitarizar’ a Ucrânia desde 2014 governada por forças de extrema-direita anti-Rússia” (site PCdoB). Se fosse toda a verdade, e não é, Putin não tem o direito de pisotear a autodeterminação dos povos!

O que diria a Federação com o PCdoB no parlamento e aos povos do mundo: é para jogar bomba na guerra justa ou retirar as imundas lagartas russas? Hoje, a federação se delimitaria do inominável do Planalto, ou pega leve porque “estamos do mesmo lado da guerra justa”? Hein?

Ó Minas Gerais, quem te conhece…
A mídia anunciou um acordo em Minas: o PT apoiaria o ex-presidente do Atlético, hoje prefeito de BH pelo PSD de Kassab, e o líder da bancada federal do PT, Reginaldo Lopes, ganha a vaga a vaga ao Senado. Que ginástica farão Lula e Gleisi para acomodar essa coisa!? O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD–MG) já caiu fora da sua candidatura presidencial pelo PSD.

Com federação ou sem, o que justifica esse casamento sem amor nem programa?

O que o eleitor, o povo mineiro e o brasileiro, vão achar disso? É a “geléia geral brasileira” (Gilberto Gil, 1968). É ruim!

Markus Sokol

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