O verdadeiro rombo

Chega de chicote no lombo do trabalhador!

A decisão do governo de enviar ao Congresso proposta de Orçamento deficitário para 2016 é motivo de alarde para os pregadores do ajuste fiscal, que se quer fazer em detrimento das condições de vida do povo. Todo alarde se dá em função do rombo de cerca de 30 bilhões no Orçamento e dos meios de resolvê-lo. Desde que Dilma, reeleita, colocou Joaquim Levy no comando da economia, só se cogita como penalizar ainda mais quem já está sendo penalizado: o povo trabalhador. Aí está o verdadeiro rombo promovido na nação.

De janeiro a julho, mais de 500 mil postos de trabalho foram fechados. A renda média do trabalhador não para de cair. E agora, para manter seu emprego, o trabalhador é empurrado a engolir a redução do salário, como ocorre nas montadoras que anunciam demissões para impor o Programa de Proteção ao Emprego (PPE).

Municípios começam a demitir e cortar direitos. Estados parcelam o pagamento de salários, o que tem levado servidores à greve, como no Rio Grande do Sul.

O governo se prepara para ir mais fundo, com o ajuste estrutural previsto no plano Renan-Levy.

Em entrevista ao O Estado de Paulo, a presidente Dilma falou sobre a reforma da Previdência: “Teremos que encarar, mais cedo ou mais tarde, essa situação. Quanto mais tarde, pior para o país”, e completou “Nós não queremos ser uma Grécia, queremos? ”

Não, os trabalhadores brasileiros, a maioria do povo, não quer ser empurrada para a tragédia que se abate sobre o povo grego. Não porque gastou demais, mas pela pilhagem que vem sendo imposta ao país pela especulação financeira!

Os trabalhadores brasileiros, com suas organizações, estão dizendo que não aceitam também o confisco do mandato, da proteção de seus empregos e direitos e conquistas que acreditavam manter ao reeleger Dilma. Foi o que disseram as manifestações de 20 de agosto: abaixo o plano Renan-Levy!

Não há nada mais urgente. É preciso que o governo mude de política econômica para tampar o rombo que sacrifica os trabalhadores e a nação, e frear a ofensiva da direita que, num “morde e assopra” em relação ao governo, quer mesmo é empurrar o país para a mesma tragédia que aflige o povo grego e todos os povos, com os planos de austeridade para os trabalhadores, mas de “prosperidade” para a especulação financeira.

Não queremos que aconteça com o PT o que aconteceu com o PASOK (Partido Socialista da Grécia), que aplicou os planos de austeridade, inclusive atacando a previdência, e foi abandonado por sua própria base.

Nada de reforma da previdência, implicando nela, inclusive, as centrais sindicais, como pretende o governo. Chega de chicote no lombo do trabalhador!

Esse recado vem sendo dado à presidente Dilma por aqueles que a reelegeram desde janeiro de 2015.

Um recado que foi dado também à inerte direção do PT, inerte frente à ofensiva contra nosso partido e coadjuvante do governo na política do ajuste fiscal.

Continua na ordem do dia o manifesto dos sindicalistas petistas que dirigem a CUT, distribuído no 5º Congresso do PT em junho. O manifesto condena a política “regressiva e recessiva” e exige a mudança da política econômica.

Ele tem sido um instrumento para discussões entre sindicalistas petistas, nas quais o Diálogo e Ação Petista está engajado. Atual, esse manifesto que clama pelo “PT de volta para a classe trabalhadora”, pode ensejar um encontro de sindicalistas do PT, como foi proposto em um debate em São Paulo. Um passo à frente, também, na luta para fazer valer o mandato popular vitorioso nas urnas.

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