Orientadora educacional perseguida em Santa Catarina

O movimento Escola Sem Partido que ganhou força no governo Bolsonaro ainda deixa resquícios em alguns estados governados pela extrema direita. É o caso de Santa Catarina.

O governo bolsonarista de Jorginho Melo (PL) começou o ano de 2023 mostrando a que veio e, logo no dia 9 de fevereiro, publicou a Lei 18.637 em diário oficial, chamando de “Semana de Combate à violência Institucional Contra Crianças e Adolescentes”. Uma cortina de fumaça para, mais uma vez, atacar a liberdade de cátedra e perseguir professores. Esse projeto é de autoria da deputada Ana Campagnolo, também do PL, parlamentar extremamente conservadora que nega a ciência, ataca as mulheres e o serviço público.

Mas esse ataque já começa a ter efeitos no estado. A partir dessa lei, a orientadora educacional da EEB de Muquem, localizada em Florianópolis, Juliana Andozio, é alvo de um plano orquestrado por um vereador do União Brasil, um deputado do PL e algumas famílias conservadoras do bairro onde está localizada a escola. Ela está sendo acusada de doutrinação, pois em suas atividades pedagógicas, enquanto orientadora, media conflitos, combate todos os tipos de preconceito na escola e luta por uma escola verdadeiramente acolhedora.
Em função disso, foi afastada por um Processo Administrativo Disciplinar e uma sindicância foi aberta contra ela.

Cabe destacar que essa perseguição está sendo feita com outros profissionais pelo estado, mas Juliana Andozio é a primeira a ser afastada de suas atividades profissionais.

Uma campanha em defesa de Juliana está em curso, com o envio de moções ao governador, ao secretário de educação e outras autoridades. Defender a professora Juliana Andozio desse ataque dos setores conservadores da sociedade é defender a educação pública e democrática. É garantir o cumprimento da própria constituição que prevê a pluralidade de ideias e concepções pedagógicas na escola.

Amanda Vingla

Artigos relacionados

Últimas

Mais lidas