EM DEFESA DA CANDIDATURA PRÓPRIA DO PT A GOVERNADOR DE PERNAMBUCO
Este ano, nós teremos eleições gerais eleições: governadores, senadores, deputados estaduais e federais, até o Presidente da República!
Durante o PED, aqui em Pernambuco, depois da trágica experiência de apoiar e participar do governo de Eduardo Campos (PSB), por duas vezes consecutivas, mesmo diante dos sinais que vinham da cúpula nacional sobre a possibilidade de apoiar a candidatura de Armando Monteiro (PTB), sintonizados com o sentimento amplamente dominante na base do partido, todos os candidatos a presidente estadual do PT defendiam a candidatura própria do PT.
Agora, parece que não é mais bem assim? Mas, o que mudou de lá pra cá?
A reunião do Diretório Estadual de 18 de janeiro, refletindo a pressão de cima, limitou-se a constituir uma comissão do diretório para organizar o debate sobre a tática eleitoral, sem ter definido se o PT vai ter candidatura própria. A ausência dessa decisão, aliada ao fato da primeira atividade dessa comissão ter sido uma reunião com o presidente nacional do PT, era um indicador de que, mais uma vez a cúpula nacional, pretende dobrar a base do partido.
A partir dessa reunião, um calendário, limitado de debates estanques (prefeitos, vereadores, deputados e os militantes), a maioria da direção estadual do PT em Pernambuco iniciou uma campanha para dobrar a militância do partido, para fazê-la recuar da defesa da candidatura própria e engolir o apoio à candidatura de Armando Monteiro. Mas, não vai ser fácil e nada está ainda decidido, pois a resistência ao apoio à candidatura do PTB na base, entre a militância do PT, existe e se manifesta.
Expressão dessa resistência, que vem de baixo, são as declarações do Presidente da CUT-PE, Carlos Veras, sobre a pré-candidatura à Governador de Pernambuco do Senador, Armando Monteiro, divulgadas no Jornal do Commercio, onde ele afirma, entre outras coisas, que: “A Central defende os interesses dos trabalhadores, nada contra o senador, mas avaliamos que Armando Monteiro tem uma trajetória ligada ao empresariado e aos grandes usineiros. Nossa perspectiva é de que seja construída uma candidatura voltada também para as reivindicações dos trabalhadores”. Afirmou ainda que Armando Monteiro “atendeu somente aos interesses do segmento empresarial” e criticou “a defesa feita pelo petebista do projeto de lei 4330/2004 – em trâmite no Congresso Nacional – que, prevê a terceirização sem limites das relações de trabalho” (JC, 13/02/13).
Trata-se uma resistência justa, com razão, pois quem é Armando Monteiro?
Ex-presidente presidente da CNI (maior organização patronal da indústria no Brasil), sempre defendeu como parlamentar posições que levariam ao fim da carteira assinada (Emenda 3, votada e defendida por ele em 2007), em favor da terceirização sem limites (substitutivo do PL 4330 apresentado por ele no Senado em 2013), que ataca o serviço público, na medida em que pode até terceirizar atividades-fim como na enfermagem e em outras da área de saúde. Sempre apoiou propostas contra os servidores públicos como, o PLP 549/09, que ameaça congelar por 10 anos os salários dos servidores públicos das três esferas (municipais, estaduais e federais). Sempre esteve à frente da tropa de choque parlamentar que bloqueia no Congresso Nacional a PEC que propõe a REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO PARA 40H, SEM REDUÇÃO DE SALÁRIO!
Nesse sentido, qualquer um pode concluir, que não é possível mobilizar a militância do PT para fazer a campanha da reeleição da companheira Dilma, para ela faça as mudanças que estão por ser feitas e, ao mesmo tempo, a campanha para eleger um candidato a governador de PE, como Armando Monteiro, por todas as razões expostas anteriormente.
Assim, para ganhar a militância do PT, que atua no movimento sindical e demais movimentos sociais, a se lançar com ousadia na campanha para reeleger a companheira Dilma, o PT precisa apresentar candidatura própria a governador no primeiro turno, com base numa plataforma de reivindicações construída junto com os movimentos sociais, que regaste as bandeiras históricas da fundação do PT, reafirme a identidade política do PT e retome o seu lugar no cenário político de Pernambuco, voltando agir como o PT agia.
O outro caminho seria a repetição da tragédia que foi o apoio e a participação nos dois governos de Eduardo Campos, em que o PT submergiu e quase foi tragado.
Para vencer a pressão que vem de cima e emplacar a candidatura própria, é necessária uma ampla mobilização da militância petista para impedir que, mais uma vez, seja imposta uma posição da “cúpula de caciques infalíveis” contra o sentimento hoje amplamente majoritário da base do partido em Pernambuco.
Coordenação Regional de O TRABALHO em PE