PT lança pré-candidatura para prefeitura em Belo Horizonte

Cerca de mil militantes participaram do lançamento da pré-candidatura do deputado federal Rogério Correia à prefeito de Belo Horizonte em 29 de fevereiro. Será a única capital que o PT terá candidatura própria na região Sudeste.

Estavam presentes no pré-lançamento, a presidente do PT, Gleisi Hoffman, vários membros da Executiva Nacional e ministros do governo Lula, além de representantes do PCdoB, PSOL, PV, Rede e movimentos populares e sindicatos.

A candidatura de Rogério Correia está sendo vista com bons olhos pela militância, que já começa a se envolver na preparação da campanha eleitoral. Há muito tempo o PT da capital mineira não reunia um número tão significativo de militantes. É que já faz 16 anos que o PT não tem um candidato pra valer em Belo Horizonte…

Mas, como diz o ditado “gato escaldado tem medo de água fria”, o receio de que a qualquer momento pudesse aparecer – desde Lula e da direção nacional – uma outra candidatura de algum partido da base aliada, rondava a militância principalmente pelas declarações que apareciam na imprensa de Lula e outros dirigentes “namorando” o prefeito do PSD, Fuad.
Esse temor aparentemente se desfez com a informação dada pelo deputado federal e membro da Executiva Nacional, José Guimarães durante o lançamento da pré-candidatura. Ele fez questão de contar que houve uma reunião de membros da Executiva, com o presidente Lula e Rogério Correia, que confirmou a candidatura do PT em BH. A militância aplaudiu…

O ministro Padilha, por sua vez, fez questão de destacar os programas sociais do governo Lula para Minas Gerais e Belo Horizonte, que deveriam ser utilizados na campanha do partido.
No entanto, o principal é saber o que o PT apresentará ao povo belo-horizontino diante de um cenário de degradação dos serviços públicos. Afinal, são pelo menos 16 anos de sucateamento, terceirização e privatização – através das OSs – dos serviços públicos que vem desde os governos de Marcio Lacerda.

Outro problema grave é o do transporte público, cada vez mais caro e de menor qualidade, para não falar nas enchentes, um tormento em todas as regiões da cidade em época de chuva.

Rogério Correia, em sua intervenção, dialogou com alguns desses problemas, falou da necessidade de recuperar os serviços públicos, mas não tocou nas OSs, um dos principais aspectos da degradação dos serviços públicos na capital mineira. Mas, ainda há tempo para avançar na construção de uma plataforma de governo que ataque os problemas concretos.
Quanto as alianças, a exceção dos partidos da Federação, não há nada definido. Rede, PSOL e PDT são partidos com os quais o PT está discutindo, ainda que o PSOL e o PDT tenham anunciado que terão candidatos.

Não será uma eleição fácil. Do outro lado estará o PL que dever sair com o deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira ou com deputado estadual Bruno Engler, coordenador do movimento “Direita Minas”, outro bolsonarista de carteinha…

Sumara Ribeiro


2008 a 2020: o que aconteceu com o PTBH
Em 2008, a direção nacional e local do PT, sob o “comando” de Fernando Pimentel, então prefeito de BH, levou o partido a fazer campanha e participar do governo de Marcio Lacerda (PSB, na época), que acelerou o processo de destruição dos serviços públicos com as OSs e abriu a capital mineira à especulação imobiliária.

Em 2012, depois de um Encontro Municipal disputadíssimo e com apenas 51% dos votos dos delegados, o PT decide, de novo, apoiar Marcio Lacerda. O hilário é que, enquanto se realizava o Encontro Municipal, Marcio Lacerda se reunia com o PSDB de Aécio Neves para anunciar o nome do vice-prefeito, que os dirigentes do PT acreditavam que seria do partido! Resultado: aos “46 minutos do segundo tempo”, sob pena do partido ficar sem representação nas eleições, o PT inscreveu o companheiro Patrus Ananias a prefeito e, apesar de uma campanha sem o apoio da maioria da direção partidária, o PT ainda alcançou quase 41% dos votos!

Em 2016, a combinação dos erros das campanhas municipais, com o acirramento dos ataques ao PT na Lava Jato e com uma campanha que escondia o PT até na logomarca do candidato Reginaldo Lopes, o partido teve o seu pior resultado, só superado pela votação ainda mais baixa em 2020, com Nilmário Miranda. O motivo? Já havia um movimento de apoio ao Kalil (PSD) que só não aconteceu porque o Kalil dizia, para quem quisesse ouvir, que com o PT não!

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