O golpe e as contrarreformas (trabalhista, ajuste fiscal) por ele trazidas levaram a uma elevação da concentração de renda nos últimos anos. Ela voltou a piorar em 2018 segundo pesquisa (Pnad) do IBGE. O rendimento do 1% mais rico do país cresceu 8,4%, enquanto o dos 5% mais pobres caiu 3,2%. E o índice de Gini, que mede o quão concentrada a renda está na mão dos mais ricos subiu para o mais alto nível desde 2012.
O Nordeste, a despeito de seguir sendo a região do país com a pior desigualdade, foi a única que não a aprofundou – pois lá a parcela com maior rendimento também teve perdas.
Entre 2017 e 2018 houve queda nos ganhos dos 30% mais pobres, enquanto para os 1% mais ricos do país – aqueles que ganham em média R$ 28 mil por mês –, o rendimento avançou 8,4%. E os brasileiros que fazem parte da faixa dos 5% mais pobres – com rendimento médio de R$ 158 por mês – perderam 3,2% da renda.
Assim, no ano passado, o 1% mais rico ganhou 40 vezes mais que os 50% mais pobres. Com o resultado de 2018 a renda da elite econômica do país, segundo o IBGE, corresponde a 33,8 vezes o rendimento dos 50% que integram a população de menor rendimento (R$ 820).
No contexto de desemprego e crise, as aposentadorias e pensões ganharam mais importância no rendimento. Ao mesmo tempo, a quantidade de famílias recebendo o Bolsa Família caiu de 15,9% para 13,7% entre 2012 e 2018.
Além desta pesquisa, um outro estudo – da FGV – confirma que o drama segue neste ano: a desigualdade de renda cresceu nos últimos 17 meses no país.