São Paulo: servidores unidos arrancam proposta

Após anos de “reajuste” linear de 0,01%, categoria consegue avanços

As entidades dos servidores públicos municipais de São Paulo, lideradas pelos sindicatos CUTistas, SINDSEP (de todas as secretarias), SINPEEM (profissionais da educação), estão atuando de forma conjunta na Campanha Salarial.

No último dia 16, o Prefeito Ricardo Nunes(MDB) havia apresentado proposta de salário subsídio (que incorpora adicionais por tempo e precariza as carreiras) para os professores ou 3% de reajuste e nada para as demais categorias. Por unanimidade foi rejeitada a proposta e convocada nova paralisação neste dia 23. 

Unidade arrancou proposta
No segundo Ato Unificado dos Servidores o governo foi obrigado a apresentar nova proposta para a categoria, recuou do salário subsídio para os professores, ofereceu 5% para toda a carreira, com piso de R$ 5.339,00 (mas com abono complementar para quem recebe abaixo disso), antecipação de 50% de um Prêmio para Educação e para as demais categorias, 5% de reajuste linear em todas as tabelas salariais, incluindo aposentados, além de abrir discussão de antecipar reajuste no vale-alimentação e refeição. 

Milhares de servidores na porta da prefeitura fechavam o Viaduto do Chá, e decidiram por não rejeitar a proposta e continuar as negociações para exigir a melhoria da mesma, pois os servidores reivindicam 16,36% de reajuste, fim do confisco de 14% para previdência dos aposentados e pensionistas e melhores condições de trabalho. 

“O governo propôs a divisão do funcionalismo e nós dissemos não. Há 20 anos o governo propõe 0,01% de reajuste e na assembleia do dia 16 deliberamos pela unidade. Diante dessa unidade o governo retira o subsídio para educação”. E, pela unidade do funcionalismo, pela rejeição do regime de subsídio da educação, João Gabriel, presidente do SINDSEP  coloca a proposta em votação (Ele tem razão. Foram anos e anos de humilhação do funcionalismo, que amargava anualmente, ridículos 0,01% de reajuste). A unidade conseguiu arrancar uma proposta concreta, mesmo que aquém das reivindicações e sinaliza que é possível dobrar o prefeito. 

Os servidores ainda decidiram manter a mobilização da categoria e a convocação de um terceiro ato unificado para o dia 1 de junho.

João Batista Gomes

Artigos relacionados

Últimas

Mais lidas