Os funcionários da CREFISA, mega empresa de crédito pessoal, sofrem com as condições de trabalho e, em particular, a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) no atendimento ao público, em meio à pandemia. Enquanto isso, a financeira segue expandindo seus negócios, depois de ter arrematado em leilão realizado pelo governo no fim do ano passado o direito de pagamento de beneficiários do INSS em diversas regiões do país.
É o que denuncia o dirigente do Sindicato dos empregados em empresas de assessoramento, perícias, informações e pesquisas do estado da Bahia (SINDPEC), Lourival Lopes.
Segundo Lourival, diversos trabalhadores tem relatado a falta de equipamentos de segurança adequados para o atendimento nas agências da Crefisa e o sindicato enviou uma notificação a empresa exigindo os equipamentos. “Uma trabalhadora chegou a ser demitida por se recusar a sofrer desvio de função para atendimento do público, já que ela tinha uma comorbidade relacionada ao coronavírus. Nós vamos verificar essa situação e vamos continuar batalhando para garantir aos trabalhadores os equipamentos de segurança”, afirmou Lopes.
Ainda de acordo com Lourival Lopes, o sindicato tem enfrentado uma situação muito difícil em função da MP 936 do governo federal, que é um golpe nos salários dos trabalhadores, sem oferecer de fato uma proteção do emprego. “Até aqui, mais de 170 empresas na base de nosso sindicato estão forçando os trabalhadores a aceitar acordos individuais de redução de salários ou suspensão de contrato de trabalho”, disse o sindicalista. O sindicato tem procurado discutir acordos coletivos que protejam o emprego e o salário dos trabalhadores, em contraposição ao acordo individual. “Agora, essa medida tem que ser revogada, é preciso uma verdadeira política de proteção ao emprego, que esse governo não quer oferecer”.