O assassinato “planejado” do general iraniano Suleimani no Iraque é muito controverso nos próprios Estados Unidos.
O ex-conselheiro de Segurança Nacional do presidente republicano Bush, Stephan Hadley disse no Washington Post (06/01) que a política de Trump no Oriente Médio se inscreve na continuidade da política do democrata Obama, mesmo se por outros meios. Um editorial do New York Times (04/01) apela ao Congresso “parar a corrida de Trump na guerra contra o Irã”, e acrescenta que “por mais justificados que sejam os esforços para controlar o poder executivo, a maneira como ele leva à guerra se mostraram insuficientes desde os ataques de 11 de setembro. É por isso que é crucial que os senadores republicanos influentes como Graham, Marco Rubio e McConnell lembrem Trump de sua promessa de não implicar os EUA em confusões no exterior, e impeçam-no de se afundar ainda mais na guerra contra o Irã”.
A decisão de Trump acrescentou um elemento à crise do sistema político. Renegando as suas promessas de campanha de retirada dos militares, ele atacou o frágil equilíbrio das relações com o Partido Republicano, e colocou em destaque, em plenas eleições presidenciais primárias democratas, a continuidade das políticas externas de sucessivos presidentes, tanto democratas quanto republicanos.
Do lado dos democratas, logicamente, os candidatos a presidente se posicionaram contra esse ataque, mas de maneiras diferentes.
Joe Biden, ex-vice de Obama, denunciou o ataque como um risco aos interesses dos EUA no Oriente Médio. Enquanto Bernie Sanders tomou uma posição nítida contra as guerras na região. A posição de Sanders se apoia na rejeição crescente à política de guerra. Opondo-se às operações militares desde sempre, Sanders destaca as mesmas questões colocadas pelo movimento operário.
A organização USLAW (US Labor Against the War, Movimento Sindical Estadunidense contra a Guerra), chamou e apoiou manifestações de milhares de pessoas contra a guerra com o Irã e pela retirada do Iraque em 80 cidades, já neste final de semana.
Apelo de USLAW (US Labor Against the War):
Não à Guerra contra o Irã! Fora Estados Unidos do Iraque!
Depois de duas décadas de desastres no Iraque e depois de ter feito fracassar o acordo sobre a questão nuclear iraniana, os bilionários americanos, o governo Trump e o Pentágono querem conduzir a guerra contra o Irã para prosseguir a ocupação sem fim no Iraque.
US Labor Againstthe War se coloca ao lado dos trabalhadores do Irã e do Iraque. Nós chamamos à retirada imediata e incondicional do Iraque e recusamos a guerra contra o Irã.
■ Solicite que seu sindicato se junte a USLAW
■ Exija de suas direções sindicais que tomem posição pública contra essa agressão.
Em luta e em solidariedade,
Comitê Executivo do USLAW