Vem aí 59º Congresso da UNE

Entre os dias 12 a 16 de julho, ocorrerá o 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), com provável local em Brasília. O congresso será espaço de reunião de estudantes para debater a política que irá reger a entidade pelos próximos dois anos e eleger a nova direção. 

Escrita por estudantes de diversas universidades do país, a pré-tese UNE É PRA LUTAR se apresenta ao CONUNE com a defesa de uma entidade que atue de maneira independente na luta dos estudantes para cobrar de Lula que atenda às reivindicações para o qual foi eleito e combater o golpismo bolsonarista escancarado em 8 de janeiro, exigindo “sem anistia”. A tese ainda apresenta oito pontos principais:

1 Não à guerra: a UNE deve se posicionar claramente sobre a questão, entrando na luta para parar a marcha à bárbarie organizada pela OTAN e Putin. Lula tem razão ao defender um cessar-fogo imediato.

2 Recomposição do orçamento das universidades: Lula anunciou 2,4 bi para recomposição (ver na matéria abaixo), mas ainda é insuficiente. A UNE deve lutar para destinar ainda mais recursos para a educação em vez do pagamento de juros da dívida pública, por exemplo.

3 R$2,5 bi para assistência estudantil: É preciso recuperar o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) destruído por Bolsonaro e garantir a permanência dos estudantes, tanto de universidades públicas quanto privadas.

4 Revogação do Novo Ensino Médio: Além de prejudicar os estudantes do ensino médio (ver abaixo), a reforma prejudica também os futuros professores, estudantes de licenciatura.

5 Fim dos 40% na à distância no ensino presencial: Uma portaria do MEC, herança de Abraham Weintraub, permite que até 40% das matérias do currículo de cursos presenciais sejam ministradas à distância. É preciso lutar para revogá-la.

6 Fora interventores: Bolsonaro nomeou reitores interventores, que não foram eleitos pela comunidade acadêmica. Fundamental colocá-los para fora já!

7 Financiamento integral do FIES: a UNE deve lutar pela volta do financiamento integral, no lugar da co-participação inventada por Temer. É preciso ainda combater os tetos de financiamento e o aumento abusivo de mensalidades.

8 Segurança nas escolas e universidades não é militarização: queremos porteiros e vigias, melhorias na estrutura, psicólogos e assistentes sociais. 

A discussão já se iniciou nas universidades
Na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Palmeira dos Índios, e na UNB, alunos de diversos cursos já reuniram e debateram a tese levantando novas contribuições como por exemplo a necessidade de relacionar a falta de orçamento com os problemas de saúde mental que afetam diretamente os estudantes. “A situação da assistência piora a cada dia pra quem depende de uma bolsa de 400 reais. Temos que lutar pela ampliação das bolsa para alcançar mais estudantes e aumentar o valor”, relata um estudante presente numa reunião. Agora, é se mobilizar para os processos eleitorais nas universidades e buscar mais estudantes para discutir a tese.

Victor Caique

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