Central Sindical na Coreia do Sul se posiciona contra a guerra

A KCTU, central sindical sul-coreana publicou uma declaração, no dia 21 de abril, em que se manifesta contra o fornecimento de armas por parte de seu país à guerra da Ucrânia. Leia abaixo trechos desta declaração. 

“Em 19 de abril, em uma entrevista à Reuters, o presidente Yoon Seok-yeol aventou a ‘possibilidade de ajuda militar à Ucrânia. No caso de um ataque em grande escala contra civis na Ucrânia, um massacre que não possa ser tolerado pela comunidade internacional ou uma grave violação das leis de guerra, pode ser difícil nos limitarmos a prestar apenas ajuda humanitária ou apoio financeiro’. 

Como era de se esperar, um porta-voz do departamento de defesa dos EUA saudou a declaração e reconheceu o apoio militar da Coreia do Sul à Ucrânia como um fato consumado. De acordo com documentos vazados de escutas telefônicas, o governo dos EUA pediu ao governo coreano que exportasse munição de artilharia para a Ucrânia, e o governo coreano parece ter concordado com o pedido. Não se pode negar que o governo sul-coreano, que aderiu ao princípio de não fornecer armas letais à Ucrânia, jogou um papel no contexto do fornecimento de armas de guerra, recorrendo a estratagemas. 

Circunstâncias são reveladas uma após a outra na mídia de que um grande número de projéteis de 155 mm está sendo transferido para o exterior a partir do depósito de munição do nosso exército. Parece muito provável que o governo coreano já esteja implementando ajuda letal à Ucrânia. Essa é uma intervenção de fato na guerra e uma declaração de participação na guerra. 

Em resposta, a Rússia advertiu que ‘o fornecimento de qualquer arma à Ucrânia é considerado um ato de hostilidade antirrussa’ e avisou que se a Coreia do Sul fornecesse armas à Ucrânia, isso afetaria negativamente as relações entre os dois países.  

(…) O governo de Yoon Seok-yeol, que age com rapidez em prol dos interesses da aliança (com os EUA), independentemente de nossos interesses nacionais, não tem o direito de falar sobre segurança, sem contestar uma única palavra sobre as escutas telefônicas dos EUA e as escutas telefônicas do gabinete presidencial, que é o cerne da segurança nacional. A atitude atual do regime de Yoon Seok-yeol é de ignorar os gritos da população que não aguenta mais, de reprimir os trabalhadores e a sociedade civil e de continuar uma diplomacia humilhante de submissão a interesses externos. Armas letais para a guerra não devem ser fornecidas à Ucrânia ou a qualquer outro lugar. Não devemos intervir em uma guerra em que inúmeras pessoas são sacrificadas por qualquer motivo. O presidente Yoon Seok-yeol deve repensar seu papel na proteção da paz e do bem-estar do povo”.

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