Vira, vira, vira… No dia 29 de maio, a prova foi feita!

O povo quer lutar para pôr fora já o genocida

“O mais importante, contudo, é constatar que os protestos da oposição tendem a marcar um inflexão na atmosfera política” (Estadão, 1 de junho). Pois é, até este jornalão em cuja capa, “negacionista”, no dia 30 de maio, as manifestações não existiram (no que não estava só, mas acompanhado pela esmagadora maioria da mídia), até o Estadão reconhece agora que há algo de novo, depois do dia 29 de Maio!

Neste dia, desde cedo, em capitais e cidades por todo interior do país começavam as manifestações que levaram às ruas mais de 400 mil pessoas. Foram atos, passeatas e panfletagens em todas as capitais e mais de 200 cidades do país onde ecoou o Fora Genocida.

A realização das manifestações teve que superar obstáculos no interior das organizações dos trabalhadores.

No PT, apesar do chamado da Presidente Gleisi, vários dirigentes manifestaram-se, até pela grande imprensa, contrários às mobilizações. Algumas instâncias e dirigentes até boicotaram. Assim a presença do PT, de forma organizada e mais ampla ficou comprometida .

Na cúpula da CUT, e na maioria das suas Confederações também houve “operação esfriamento”. Sérgio Nobre, presidente da CUT jogou para atemorizar em função da pandemia. Não sem contradições. CUTs estaduais, como SP e RS, apoiaram a atividade. Mas o estrago vindo de cima pesou e a CUT não se apresentou nas mobilizações como lhe caberia.

Grande ausente também foi o MST, cujos dirigentes são contrários aos atos centralizados, até que a vacina chegue para todos!

“Direito, emprego, comida e vacina! Trabalhador na rua, é fora genocida!” era uma das palavras de ordem puxadas pelo Diálogo e Ação Petista, que esteve presente de forma organizada em dezenas dos atos, na Av. Paulista. Afinal, até para ter vacina é preciso pôr prá correr o genocida, não é mesmo?

As ações contrárias tentaram jogar água na fervura, mas não pegaram!

As manifestações foram um sucesso. Abertas no sábado pela manhã, com a grande presença no Rio de Janeiro e Brasília, culminaram com os mais de 10 quarteirões da Paulista tomados por mais de 50 mil pessoas.

Reportamos abaixo um pouco dos relatos enviados pelos nossos correspondentes, sobre este dia em que valorosos manifestantes, com grande participação da juventude, saíram às ruas para lutar pelas necessidades da maioria do povo: nem mais um dia para este governo!

Misa Boito

Rio Grande do Sul
Atos em várias cidades como Santa Maria, com cerca de 2000 pessoas, a maioria jovens. Em Rio Grande, São Leopoldo houve atos. Em Caxias do Sul, o Fora Bolsonaro foi unânime e a população apoiou de forma massiva ao longo da caminhada que cruzou o centro da cidade. Houve manifestações em várias cidades, até em regiões “reacionárias”.

A grande e boa surpresa foi Porto Alegre. A manifestação foi preparada por uma reunião com 80 pessoas, dezenas de entidades, puxadas pela CUT, a contragosto das outras centrais.

O PT muito lateral, fez card. Pimenta fez vídeo convocando, a UNE também organizou reunião preparatória. Sem exagero, o ato de Porto Alegre reuniu de 20 a 30 mil pessoas. Esperávamos milhares, mas foi muito além. O MST esteve ausente. Havia vários sindicalistas, alguns com as bandeiras das entidades.

Bahia
A Executiva do PT BA boicotou descaradamente. Ao ponto de fazer ligações para presidentes de DMs propondo não ter atos presenciais, mas virtual. Era a orientação do governador Rui Costa e do senador JW “contra o negocionismo”, visando 2022. Deram com a cara na parede. Houve atos e panfletagens em várias cidades do estado. Em Salvador, Vitória da Conquista e Feira de Santana os Diretórios Municipais bancaram os atos. Em Salvador o ato reuniu mais de 10 mil pessoas. A CUT BA não chamou, liberou. Alguns sindicatos cutistas foram. No ato ajudamos a organizar uma coluna com cerca de 300 petistas. Distribuímos os panfletos do DAP. Nenhum foi visto no chão e vimos várias pessoas lendo na praça.

Feira de Santana

Brasília
A avaliação é que o ato reuniu 20 mil pessoas. Distribuímos panfletos do DAP. A Juventude Revolução do PT que organizou um bloco também fez distribuição de panfletos. Houve carreata misturada com o ato, mas não prejudicou. A ausência da CUT pesou para a condução da atividade (organização das falas no carros de som, por exemplo). Pelo PT falou a deputada Érika Kokay. As intervenções, em geral foram na linha “não esperar 2022, tirar Bolsonaro já, e ficar nas ruas. No ato, cerca de 80% dos presentes eram jovens.

Pernambuco
O ato reuniu cerca de 15 mil. No dia anterior o Ministério Público de PE orientou a não realização da atividade. O PT foi a única organização que acatou a recomendação e soltou uma nota orientando a não participação e informando que não apoiava os atos do dia 29.

Ato extremamente positivo em Recife, depois do 1º de maio que o PT e a CUT não foram às ruas e após o PT vergonhosamente soltar uma nota contra o ato. Tivemos uma banquinha de coleta do abaixo assinado da testagem em massa, que teve uma boa aceitação. No final do ato houve a ação truculenta da PM. O PT soltou uma nota de repúdio e solidariedade a Liana Cirne (vereadora agredida), mas que não cita o governo do Estado. Soltamos uma nota enquanto Diálogo e Ação Petista.

Paraná
Em Curitiba tinha cerca de 10 mil pessoas. O que é muito para o período e um sinal claro de ascensão. Presença esmagadora de jovens. Embora algumas falas (PCB, PCO) incluíssem menções às eleições de 2022 (“Lula presidente”, o que obviamente não foi rejeitado pela massa), o tom geral tanto das falas quanto das palavras de ordem foi a necessidade de derrubar o governo. Foi de fato um ato fora Bolsonaro. O PT esteve quase oculto. Embora houvesse muitos militantes, não havia direção estadual, nenhum deputado (alguns podem ter participado em atos nas suas cidades, não sei). Por fim, se Curitiba foi um retrato fiel, guardadas as devidas proporções, do que aconteceu no Brasil, estamos diante de uma vigorosa retomada da luta nas ruas.

Minas Gerais
Em Belo Horizonte, com cerca de 10 mil, 80% de jovens. A presença do PT e da CUT foi pífia. Nem o carro de som da CUT apareceu. Houve atos em outras cidades, como Juiz de Fora, St Dumont e Ipatinga cuja organização contou com o impulso do DAP. De um modo geral todo mundo confluindo pelo Fora Bolsonaro Genocida.

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