“1822 – 2022: A Independência que Ainda Não Houve”

Na primeira semana de outubro iniciamos a campanha financeira da Corrente O Trabalho desse ano. E como já é tradição, estamos oferecendo nosso calendário.

Nessa edição de 2022, quando se completará os 200 anos da suposta independência do Brasil, optamos por retratar algumas das lutas de resistência do povo brasileiro frente à opressão dos governos em vários momentos da nossa história.

Em nossa opinião, é uma discussão necessária. Frente às comemorações do bicentenária quando, tudo indica que os governos e a burguesia irão promover a fanfarronice de uma comemoração que não corresponde aos fatos, promovendo suas versões e seus falsos heróis.

Como explica a apresentação do calendário:… “Antes do “Grito do Ipiranga”, houve revoltas contra o domínio colonial: a Inconfidência Mineira (l789), a Conjuração Baiana (l798), que propunha abolir a escravidão, e a Revolução Pernambucana de 1817. Depois da independência, houve a Confederação do Equador (l824), sufocada por tropas mercenárias de Pedro II. No período das Regências (l83l-l840), república e abolição da escravidão motivaram revoltas, ainda que de forma confusa: Cabanagem (Grão-Pará, l835- -l840); Balaiada (MA, l838-l84l); Sabinada (BA, l837-38); Revolução Farroupilha (RS, l835-45), além da revolta de escravos na Guerra dos Malês (Salvador, l835).

Quanto maior a participação popular nessas revoltas, mais brutal foi a repressão do Exército imperial. O Império do Brasil era um ‘estranho no ninho’ das repúblicas sul-americanas. Mas quando veio a República em l5 de novembro de l889, após a abolição da escravidão em l888, ela foi fruto de um golpe militar sem qualquer participação popular.”…

Nas 18 fotos e gravuras, trazemos elementos novos e antigos, alguns exemplos da verdadeira luta pela independência do povo no século 19, em revoltas populares e outras iniciadas pelas elites locais que colocavam em questão o domínio colonial; a Guerra do Paraguai um verdadeiro genocídio contra um povo a serviço da Coroa Britânica em 1864. Já no século 20, registramos quando a classe operária dá seus primeiros passos no enfrentamento à superexploração dos patrões na greve geral de São Paulo em 1917 e das forças reacionárias dos integralistas em 1934. Retratamos a luta contra o golpe de 1964 e a ditadura militar que passou por mobilizações e greves, pela luta pela terra para quem nela vive e trabalha, até os governos do PT já nesse século, onde o pano de fundo é a questão da soberania nacional.

Claro que o povo oprimido sempre se valeu da luta para fazer valer nas leis suas reivindicações, mas a questão de fundo – a independência nacional – jamais se expressou plenamente em nenhuma das constituições, a maioria outorgadas e todas negociadas por cima.

Nosso calendário de 2022 é, portanto, uma contribuição para ajudar na reflexão e compreender como se conjugaram as forças reacionárias, cada uma no seu tempo, para preservar suas formas de dominação e impedir que o povo construísse diretamente uma saída, expressão de sua vontade soberana.

Trata-se de um debate necessário sobre as tarefas nacionais que as burguesias covardes dos países atrasados não resolveram e não mais reúnem meios de resolver.

Nós, da Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da 4ª Internacional, desde a nossa origem combatemos para ajudar as massas a forjar pontos de apoio para que construa uma saída a partir de sua ação própria. Saída pela qual passará necessariamente o combate contra todas as formas de opressão.

Não deixe de adquirir seu exemplar e ajude em nosso combate!

Na imagem: Tropas imperiais do Brasil atacam as forças da Confederação do Equador, em Recife, em 1824: monarquia contra republicanos

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