Esse ano completa 131 anos da abolição de escravidão (1888). Muitos resquícios desse período persistem em nossa sociedade. Nos últimos dois anos presenciamos o aumento dos ataques às liberdades democráticas, aos direitos e à nação brasileira. E a população negra está entre as camadas da sociedade mais atingidas por essas medidas.
O presidente Bolsonaro já mostrou para que veio. Os setores que o apoiaram, como o mercado financeiro, já cobraram a fatura:
• ataques às comunidades quilombolas, como o caso da Quilombo de Alcântara;
• aumento da violência policial; pacote anticrime de Moro.
• tentativa de destruição das universidades com o Future-se.
A política de genocídio da juventude negra ao longo dos anos só aumenta. De acordo com o Atlas da Violência de 2019, 75% das pessoas assassinadas pelas polícias no Brasil são negras. Ser jovem e negro na periferia é sempre o retrato falado para uma policia militarizada e despreparada para proteger a sociedade.
Liberdade para Rafael Braga
As instituições apodrecidas não têm mais lugar em nosso país, como o judiciário que aprisiona metade da população carcerária sem nenhum julgamento (em sua maioria de negros). É o mesmo judiciário que mantem Rafael Braga* preso e que participou da prisão politica do presidente Lula para tirá-lo do processo eleitoral – mesmo se agora foi obrigado a soltá-lo.
A completa liberdade de Lula virá coma luta pela anulação dos processos, desmascarando esse judiciário, e defendendo as liberdades democráticas que estão sendo duramente atacadas no país. Assim como a luta pela liberdade de Rafael Braga, guardadas as diferenças, também é para por fim nessa farsa de judiciário, garantir os direitos democráticos da juventude negra, que sofre genocídio diariamente e é encarcerada sem ao menos ter o direito de defesa.
Reafirmar a resistência do povo negro
Nesse 20 de novembro, precisamos reafirmar a resistência do nosso povo negro; em defesa dos nossos direitos e a luta pela nossa liberdade. O fim do genocídio da juventude negra e a defesa da titulação das comunidades quilombolas são questões urgentes e não temos mais tempo a esperar.
Joelson Souza
* Jovem, negro, pobre, catador de latinhas e morador da Vila Cruzeiro no Rio de Janeiro, Rafael Braga foi o único condenado no contexto das manifestações de 2013 – mesmo sem ter participado delas – por portar pinho sol e água sanitária.