A Azul Linhas Aéreas demitiu, desde junho, mais de 1.000 trabalhadores que atuam nas operações em solo (aeroviários) nos aeroportos do país. A empresa alega a crise econômica causada pela pandemia do coronavírus. Segundo o sindicato da categoria, Sindicato Nacional dos Aeroviário (SNA), a empresa tem por objetivo demitir até o final do ano 3.810 trabalhadores. O sindicato adotou uma pauta a ser encaminhada para todas as empresas aéreas. Esta pauta foi respaldada em assembleia virtual entre os dias 11 e 13 de junho, por aeroviários de todo o país. A definição das cláusulas foi aprovada por 96% dos trabalhadores que participaram da votação. Mesmo assim, a Azul Linhas Áreas se recusou a dar continuidade às tratativas de acordo e encerrou as negociações.
Situação põe em risco segurança dos voos
O SNA decidiu acionar o Tribunal Superior do Trabalho (TST) para a mediação das negociações. No ofício enviado ao TST, o sindicato alerta para o clima de medo e tensão em que vivem os trabalhadores, especialmente os mecânicos.
Na opinião de uma dirigente da categoria, é uma situação que pode comprometer a segurança dos voos da companhia.
“Imagine como está a cabeça de um mecânico que teve redução de jornada e salário, ou teve suspensão de contrato de trabalho? Será que ele vai ter condições psicológicas para realizar dignamente sua atividade, já que está preocupado com a própria saúde e as contas que não tiveram valores reduzidos como seus salários?” questiona Patrícia Gomes, porta-voz e coordenadora da região sul do sindicato. Ela se refere às medidas do governo Bolsonaro que autorizam redução de jornada e salários e também suspensão do contrato de trabalho.