Os trabalhadores dos Correios (ECT), através de suas federações, FENTECT-CUT e FINDECT-CTB unificaram o calendário para construir uma greve nacional a partir de 18 de agosto.
A questão central é o desmonte do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), pois a direção da estatal não aceita o que foi determinado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), de manutenção das cláusulas do acordo 2019/2021. A ECT entrou com uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para diminuir a vigência do acordo por um ano e o julgamento está marcado para 14 de agosto.
A empresa também quer reduzir as 79 cláusulas do ACT para nove, retirando tudo o que a categoria conquistou em anos de luta: reduzir o adicional de risco para 30%, cortar vales alimentação e creche, reduzir o percentual de férias e aumentar em 50% o valor do plano de saúde, sem anuência dos trabalhadores.
Governo quer privatizar tudo!
A ECT é dirigida pelo general Floriano Peixoto e já tem mais de dez militares em cargos dos Correios e das subsidiárias com salários entre R$ 30 a R$ 46 mil, além de terem sido criadas mais sete assessorias especiais com salários de R$ 27 mil. Já os salários dos trabalhadores têm a média de R$ 1.700.
Se os Correios têm a cara do governo Bolsonaro, os ataques aos direitos para preparar a privatização não são exclusividade sua. Na Petrobrás, a direção também ataca o ACT, apresentou zero como proposta de reajuste salarial e quer cortar direitos históricos. A Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT) orientou os sindicatos da categoria a fazerem assembleias para votar a rejeição dessas propostas e pela renovação do ACT.
Bolsonaro e Guedes acabam de enviar ao Congresso uma Medida Provisória (MP) para privatizar as subsidiárias da Caixa Econômica Federal (CEF). O presidente da Fenae (federação das associações de funcionários), Sérgio Takemoto, declarou que “vamos usar todas as ferramentas possíveis, não podemos permitir a privatização da Caixa”.
A luta contra as privatizações das estatais tem que ganhar as ruas no próximo período foi o que indicou uma reunião da CUT com os sindicatos do setor neste mês de agosto.
João B. Gomes