No último dia 15, na Catedral da Sé em São Paulo, foi realizada uma missa que lembrou o assassinato, pela ditadura militar, do estudante de geologia da USP Alexandre Vannuchi Leme, em 1973. Há 40 anos, a missa de sétimo dia da morte de Alexandre se transformou em uma manifestação contra o regime militar. Apesar das barreiras colocadas pela repressão por toda a cidade para impedir que as pessoas chegassem à Sé, mais de três mil pessoas estiveram presentes.
Na missa do último dia 15, os militantes da Juventude Revolução (JR), com faixa e cartazes (foto), levantaram a exigência de punição aos criminosos do regime militar. É com essa exigência que a JR prepara a Jornada de lutas da Juventude Brasileira, chamada por diversas organizações de jovens. Nessa jornada, a JR levantará também a exigência da desmilitarização da Polícia Militar e o fim do genocídio da juventude (ver matéria abaixo). A Jornada de lutas vai ser aberta com o ato previsto para o dia 26 de abril, em São Paulo.
Atividades em vários estados
A Juventude Revolução está engajada também na convocação dos atos da Jornada de Lutas que estão sendo organizados em outros Estados do país, no final de março e início de abril.
Em Brasília, os núcleos da Juventude Revolução estão participando das reuniões de preparação da mobilização. Em passagens nas salas de aula, principalmente das escolas secundaristas, e com colagem de cartazes pela cidade, chamam os estudantes a se mobilizar no ato em 3 de abril, no qual a JR pretende pôr em movimento centenas de jovens sob a bandeira da exigência de punição aos criminosos da ditadura.
Em Fortaleza (CE), junto com o Comitê estadual da verdade, os militantes da JR preparam debates nas escolas e convocam para os atos previstos no dia 27/03 e no dia 01/04, este último organizado pelo Comitê.
Em Porto Alegre (RS), a JR está ajudando na organização de um ato no dia 31 de março. A intenção é se opor aos militares que ousaram convocar uma atividade para comemorar o golpe de 1964 que impôs a ditadura militar, cujos crimes eles não querem que sejam investigados.
“Os crimes não tem perdão, exigimos punição!”
Essa foi a palavra de ordem entoada pelos militantes da JR em São Paulo, ao final da homenagem a Alexandre Vannuchi Leme. Ela certamente será repetida nas várias manifestações da Jornada de Lutas. Punir os crimes da ditadura não é uma questão de “revanchismo”, mas uma questão de justiça. Os agentes da ditadura, militares e civis, não podem continuar impunes. Eles continuam aí, como se nada tivesse acontecido, trabalhando nas estruturas do Estado ou a serviço da burguesia.
A instituições da ditadura também continuam aí, como a Polícia Militar, criada pelo decreto de 1969 e que segue assassinando impunemente jovens nas periferias e reprimindo trabalhadores e estudantes.
Luã Cupolillo