Conferência contra a guerra em Berlim

Militantes europeus discutirão a luta pelo fim dos combates e pelas reivindicações sociais

No próximo dia 8 de julho ocorrerá em Berlim, Alemanha, uma conferência europeia “contra a guerra, contra a guerra social”. A convocatória do evento tem como primeiros signatários nove militantes políticos, de diferentes origens, unidos em torno da ação para deter a máquina de guerra em curso na Ucrânia (leia ao lado).

O texto dirige-se a outras iniciativas na mesma direção, como o “Manifesto pela paz”, iniciado pela deputada alemã Sahra Wagenknecht e por Alice Schwarzer, e o apelo “Parem a guerra”, assinado por militantes de 17 países europeus.

Entre as palavras de ordem da conferência de 8 de julho estão: por um cessar-fogo imediato e negociações; contra a entrega de armas; contra os orçamentos armamentistas e de guerra; fim das sanções; nem Otan, nem Putin; defesa do salário real e congelamento de preços.

Nas últimas semanas, os governos russo e ucraniano se acusam mutuamente pelo bombardeio de uma represa no rio Dnieper. As inundações provocadas pela explosão atingiram 80 vilas e 20 mil pessoas, que precisaram ser removidas. Alguns dias antes, a Rússia declarou haver repelido um ataque ucraniano de envergadura na região de Donbass.

Grupos de nazistas russos, baseados na Ucrânia, penetram no território da Rússia para atacar as vilas. De seu lado, os russos executam bombardeios maciços e repetidos. Dos dois lados, contam-se novas mortes de civis.

Entregas de armas

As populações de ambos os países querem o fim dessa guerra mortífera. As entregas de armas por parte dos Estados Unidos e dos países europeus alimentam ainda mais os massacres. O argumento segundo o qual a Otan ajuda o povo ucraniano é falso. Os EUA, ao ampliarem a Otan até as fronteiras com a Rússia, deliberadamente provocaram o regime de Vladimir Putin, que desencadeou a guerra contra o povo ucraniano.

A posição da conferência, por isso, é: nem Otan, nem Putin! E aqueles, que sob a desculpa de defesa do povo ucraniano, apoiam as entregas de armas, não fazem mais do que seguir a política dos EUA e da Otan, em versão “de esquerda”. Não estamos nem em um campo nem em outro, e sim no campo dos trabalhadores e dos povos contra o imperialismo.

A saída não virá nem da Otan nem de outras instituições internacionais, mas da resistência dos trabalhadores e dos povos da Ucrânia e da Rússia, que nesse momento estão esmagados sob as bombas e o bloqueio. Mais cedo ou mais tarde, porém, a vontade dos trabalhadores e dos povos vai emergir para pôr fim à guerra, aos oligarcas e à dominação imperialista.

Correspondente


Quem convoca

Os nove primeiros signatários do apelo à conferência de Berlim de 8 de julho são: Michael Altmann, que lançou a iniciativa “Os sindicalistas dizem não à guerra”; Carla Boulboullé, da revista “Soziale Politik & Demokratie-SoPoDe” (Política Social e Democracia); Harri Grünberg, dirigente do movimento Aufstehen! (De pé!), corrente organizada em nível nacional por fora do partido Die Linke (A Esquerda), e lançada por Oskar Lafontaine e Sahra Wagenknecht; Andreas Grünwald, do Fórum de Hamburgo pelo Acordo Internacional e o Desarmamento Mundial; Andrej Hunko, deputado no Parlamento federal pelo Die Linke; Gotthard Krupp, do Comitê Regional de Berlim-Brandeburgo do sindicato Ver.di; Andreas Kutsche, de Bündnis für Frieden (Aliança pela Paz) de Brandemburgo no Havel; Kathrin Otte, da coordenação do congresso “Was Tun?” (Que fazer?); Markus Staiger, do Bündnis Heizung (Aliança pelo Aquecimento) e do movimento Brot und Frieden (Pão e Paz).

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