Barrar a privatização da Sabesp: a luta continua!

O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) segue mexendo os pauzinhos para privatizar a Sabesp. A última foi, em conjunto com o prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB), assinar um decreto publicado em 15 de agosto, no qual a cidade adere a uma URAE (unidade regional de saneamento básico). A manobra é colocar as cidades da região metropolitana – as que dão mais lucro – sob uma nova forma de gestão que poderia facilitar a entrega da empresa. Isso ocorre porque nas tais URAEs o governo do estado tem grande poder decisório e não precisaria negociar separadamente com cada município, como é previsto nos contratos que existem hoje. Essas unidades são baseadas no Marco do Saneamento de Bolsonaro, que criou mecanismos que facilitam a privatização. O sindicato da categoria (Sintaema) está estudando ações jurídicas sobre a questão.

Tarifa cruzada e social
Hoje a Sabesp atende 375 municípios no estado de SP. No entanto – apesar de a empresa ser lucrativa globalmente – apenas 14 desses municípios são responsáveis por esses lucros. Todos os demais são beneficiados pelo mecanismo da chamada “tarifa cruzada”, ou seja, ter uma tarifa geral equilibrada. Além de 11% dos atendidos terem o direito à tarifa social, relativa à baixa renda. A privatização vai inviabilizar isso e não é à toa que Tarcísio tenta ‘fatiar’ a região metropolitana com a nova URAE.

Mas há resistência
No dia 9 de agosto houve uma plenária na sede do Sintaema que adotou um calendário de atividades, em conjunto com sindicatos de ferroviários e dos metroviários da capital, cujas linhas estão ameaçadas de privatização. Até o início de setembro seguirão as panfletagens nas ruas. No dia 5 de setembro haverá o lançamento de um Plebiscito Popular e deverão ser organizadas banquinhas com as urnas nos bairros, locais de trabalho, estações, escolas etc. Em outubro as categorias farão suas assembleias e depois haverá uma assembleia conjunta onde será discutida uma greve unificada dos trabalhadores dos trilhos e da Sabesp. A questão da articulação de um comitê estadual foi levantada e há a proposta de constituí-lo no lançamento do plebiscito.

O Diálogo e Ação Petista na luta
Vários grupos de base do DAP estão engajados na batalha de construir comitês, como é o caso do Centro e da Brasilândia na capital, onde várias reuniões e panfletagens já aconteceram. Dia 12 de agosto houve, com o impulso do DAP, o lançamento do comitê conjunto de São Bernardo do Campo e Diadema, com a participação de várias entidades e jovens de um cursinho popular.

Estiveram presentes sindicatos como o de servidores municipais, Metalúrgicos e Químicos do ABC, o Sintaema, além de vereadores do PT das duas cidades e a CUT. Atividade semelhante também lançou o comitê de Guarulhos no dia 19 de agosto. Unificar e dar corpo à campanha é o caminho para derrotar Tarcísio, Nunes e seus comparsas.

Tiago Maciel

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