Trotsky foi um militante revolucionário, presidente do Soviete de Petrogrado em 1905, criador do Exército Vermelho em 1917 e, internacionalista, esteve entre os fundadores da 3ª e da 4ª Internacional. Foi assassinado pelo agente stalinista Ramon Mercader, em 21 de agosto de 1940, no México, onde estava exilado.
Para Stalin o seu assassinato, bastante comemorado, “coroou” o ciclo de perseguições, prisões e assassinatos de toda uma geração de bolcheviques que participaram da revolução de 1917 e da formação do Estado Soviético e que de alguma maneira se contrapuseram à sua política.
O assassinato de Trotsky, um ano após o início da 2ª. Guerra mundial, era uma necessidade para o Kremlin e para o capital, visto o seu combate incansável contra a guerra imperialista e pela organização independente da classe operária e dos explorados em escala internacional. Entretanto, nem o stalinismo, nem os representantes do imperialismo, conseguiram enterrar sua história e seu combate em defesa da revolução proletária mundial.
Para os militantes da 4ª Internacional em particular, relembrar os 83 anos do seu assassinato se combina com a comemoração dos 85 anos de fundação da 4ª Internacional e seu programa, o “Programa de Transição”, o maior trabalho antes da sua morte, garantindo a continuidade do marxismo em mais de um século de luta da classe operária mundial expressos na 1ª, 2ª e nos quatro primeiros Congressos da 3ª Internacional, antes da sua transformação em “aparato” a serviço do stalinismo.
Após a morte de Trotsky a jovem 4ª Internacional sofreu. Primeiro com a guerra, depois com a usurpação pelo stalinismo do prestígio da URSS. Em 1953 ela se desagregou, como resultado da revisão do Programa por militantes, liderados por Michel Pablo. Foram anos de combate para o reagrupamento até que a 4ª Internacional pudesse ser reproclamada em 1993, novamente sobre a base do Programa de Transição.
Nesta data, publicamos aqui um texto de apresentação da Revista A Verdade n° 112, que prepara 10° Congresso Mundial da 4ª Internacional, um congresso aberto, que submete a discussão sua apreciação sobre o Programa e a situação atual.
Este texto discute brevemente a atualidade do Programa de Transição, 85 anos depois. Nós
aprofundaremos este debate nas próximas edições.
Sumara Ribeiro