México: revolta pela tortura e assassinato de 46 estudantes

Governos, polícia e traficantes são cúmplices e culpados.

Enormes manifestações ocorrem desde 25 de setembro no México. No centro a exigência de apuração e punição dos responsáveis pelo bárbaro assassinato de 46 estudantes por policiais e narcotraficantes no estado de Guerrero.

Desapareceram e foram encontrados mortos três estudantes do Curso Normal da cidade de Ayotzinapa. No mesmo dia, mais 43 estudantes foram sequestrados em Iguala.

Em busca dos estudantes desaparecidos foram descobertas onze valas comuns com corpos de indivíduos mortos. Eles foram torturados, queimados vivos, destroçados para que a identificação fosse impedida. As autoridades judiciais e do governo federal dizem que não são os corpos dos estudantes. Não é o que pensam os que foram em massa às manifestações!

Crimes decorreram de repressão política

Os estudantes, filhos de camponeses pobres, costumam arrecadar dinheiro nas ruas para participar de eventos políticos. Nessa ocasião, queriam assistir a uma manifestação em 2 de outubro na Cidade do México.

O prefeito de Iguala ordenou a repressão que excedeu tudo o que foi visto até agora no México e abriu uma crise política sem precedentes. Afinal, o povo diz que as autoridades mentem sobre os corpos. Um escritório do governo estadual foi incendiado por manifestantes. O governador de Guerrero foi informado da “operação” e não agiu para impedi-la.

O governador caiu, mas a responsabilidade do presidente Peña Nieto (PRI) está em questão. Como diz uma declaração da Organização Socialista dos Trabalhadores (OST, seção mexicana da 4ª Internacional): “Não podemos permitir o terrorismo contra a juventude. Não podemos permitir o desenvolvimento da barbárie. Não podemos aceitar a entrega de nosso petróleo e recursos naturais ao capital estrangeiro”, propondo a luta por uma Constituinte soberana no México.

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