E aí, Lula?

Em 31 de março, atendendo ao chamado da CUT, MST, Central dos Movimentos Populares (CMP), de outras entidades e movimentos, a quadra dos Bancários em São Paulo, capital estava lotada. O sentimento geral era o de uma militância em pé de guerra para enfrentar a ofensiva reacionária manipulada pela mídia e a oposição tucana pelo “Fora Dilma, Fora PT”.

O plenário aplaudiu com entusiasmo falas como a de Raimundo Bonfim (CMP) e Gilmar Mauro (MST) que cobravam do governo Dilma medidas a favor dos trabalhadores do campo e da cidade para soldar a resistência popular a qualquer tentativa de abreviar o mandato legítimo obtido pela candidata do PT nas eleições de outubro de 2014.

O tom de cobrança só não esteve presente nas falas de oradores ligados ao PCdoB – estranhamente 5 em 12 oradores que, agitando a “luta contra o golpe”, nada disseram sobre qualquer reivindicação, limitando-se ao “fica Dilma”.

Vagner Freitas (CUT), penúltimo orador, afirmou que não se deve admitir corte de direitos. Criticou os ajustes do governo e o papel do ministro Joaquim Levy. Cobrou a taxação sobre fortunas e o limite às remessas de lucro para o exterior, dando um o recado que a base estava “brava” com o governo.

A fala de Lula, a mais esperada, foi uma decepção!

Lula contornou todos os problemas sentidos pela base social que garantiu a reeleição de Dilma para dar como exemplo seu próprio governo que “também fez um ajuste fiscal”. Chegou até a pedir “compreensão” com os manifestantes enraivecidos que pedem o impeachment de Dilma e o “Fora PT” e ainda disse que “não queremos perturbar o andar de cima, mas eles que não venham nos perturbar”.

Houve gente, e não foi meia dúzia, que saiu do plenário antes de Lula encerrar sua fala.

Em 14 de abril, na abertura do congresso da Confederação Metalúrgica da CUT (CNM), Lula pediu a Dilma que “tente evitar” a aprovação do PL 4330, mas novamente defendeu o ajuste fiscal do Levy.

Mas Lula: não está na hora de ouvir os trabalhadores?

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