O ano de 2018 se inicia com o julgamento em segunda instância do recurso de Lula, marcado pelo Tribunal Regional Federal (TRF-4) de Porto Alegre para 24 de janeiro.
Prepara-se a continuidade da farsa judicial que começou com a condenação proferida pelo juiz Sérgio Moro, sem qualquer prova, em primeira instância. É a continuidade da marcha à ditadura do Judiciário, que passou pelo golpe iniciado em 2016 com o impeachment de Dilma. É o vale-tudo para impedir que o povo brasileiro decida de forma soberana e democrática quem quer ver à frente da presidência da República.
A previsível confirmação da condenação de Lula em Porto Alegre (senão porque acelerar o julgamento do recurso e passar o seu caso adiante de outros mais antigos?), só virá a confirmar o “estado de exceção” em que a nação brasileira foi mergulhada por golpistas a serviço dos interesses dos grandes capitalistas associados ao imperialismo.
Eles querem impedir Lula de disputar as eleições porque sabem que o povo trabalhador deposita na sua candidatura a esperança de reverter os ataques do governo Temer aos direitos trabalhistas e impedir o ataque aos direitos previdenciários, reverter o processo de entrega de nossos recursos energéticos e naturais às multinacionais, como no caso do Pré-sal e da Petrobras, recuperar os salários, descongelar os investimentos públicos em saúde e educação, avançar nas reformas populares necessárias (agrária, urbana, tributária etc).
Isso é inaceitável para o imperialismo e seus fantoches locais, ainda mais que o governo Temer, recordista de impopularidade, e os partidos que o apoiam, vão de crise em crise sem conseguir um candidato “competitivo” para enfrentar Lula.
De hoje a 24 de janeiro, em todo o país, se prepara a luta que vai marcar todo ano de 2018, e que começa por garantir o direito de Lula ser candidato.
Os milhares que se manifestarão em Porto Alegre, nas capitais e outras cidades, iniciam o combate para impedir a fraude, garantir a vitória de Lula e sua posse, para que um novo governo do PT, devolvendo a palavra ao povo, através de uma Constituinte Soberana, reverta os ataques do governo golpista e avance na conquista da soberania nacional.
Seja qual for o veredicto do TRF-4, mais uma peça dessa perseguição política, o PT anuncia que lançará a candidatura de Lula. E, realmente é o que deve ser feito. Sim, porque eleição sem Lula é fraude e por isso mesmo não há o “plano B”, desejado por alguns setores, e tão especulado pela grande imprensa.
A demonstração de força popular em defesa de Lula contra seus perseguidores injetará mais energia no combate dos trabalhadores de norte a sul do país para impedir a contrarreforma da Previdência, que os golpistas tentam colocar a voto na Câmara dos Deputados em 19 de fevereiro. “Se botar para votar, o Brasil vai parar” é uma orientação que mantém toda sua atualidade.
Anuncia-se um ano de 2018 de intensificação da luta de classes, o que exige o reforço da organização independente dos trabalhadores, portanto do PT e da CUT, e a ampla unidade com os movimentos populares, da juventude e com todos os setores dispostos a reestabelecer a soberania popular e nacional no Brasil derrotando o governo Temer e seus aliados nas ruas e depois nas urnas com Lula presidente.