Bolsonaro volta dos EUA com a língua calejada de tanto lamber as botas de Trump
A viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos, com a vexaminosa idolatria prestada ao chefe Trump, representa um grave risco à nossa soberania nacional, com consequências também no continente e em relação ao cerco à Venezuela, roteiro cumprido depois no Chile com a criação do Prosul (ver abaixo).
A visita aos EUA expôs ao mundo o desqualificado capitão e sua turma. No jantar na residência oficial do embaixador brasileiro, Sérgio Amaral, anfitrião, mas mero coadjuvante, a estrela era o desprezível Olavo de Carvalho, segundo o ministro Paulo Guedes, o “líder da revolução”. “Revolução” explicada por Bolsonaro no jantar, ao afirmar que foi eleito “não para construir coisas para o povo, mas para desconstruir”.
Na reunião privada com Trump, o ministro das relações Exteriores, Ernesto Araújo, ficou do lado de fora, mas o filho, Eduardo Bolsonaro, que comanda mais que o chanceler, entrou na conversa!
Fora da agenda Bolsonaro foi à CIA. Seu ministro Moro, foi encontrar-se com agentes do FBI.
Os porta-vozes da burguesia local, submissa ao imperialismo, esses que, contando com o Judiciário, foram responsáveis por conduzir o capitão ao Planalto, hipocritamente mostraram-se envergonhados, com editorias e artigos ruborizados. Até o comentarista Marco Antonio Villa da Jovem Pan, “ícone” da mídia contra o PT, ultradireitista de quatro costados, vociferou contra Eduardo Bolsonaro: “você que põe o boné do Trump. Você é uma vergonha e não o brasileiro que vai lá trabalhar”, referindo-se à declaração ofensiva contra imigrantes brasileiros nos EUA feita pelos Bolsonaros.
Entregando o pais de bandeja
O fato concreto é que, desqualificado e cercado de iguais, Jair Bolsonaro demonstrou nesta viagem que tem pressa em servir a Trump, em detrimento dos interesses nacionais e do povo brasileiro.
Os acordos firmados, nenhum corresponde aos interesses do Brasil. Da flexibilização para a importação do trigo (dos EUA por suposto!), à supressão do visto para entrada de estadunidenses no Brasil, sem reciprocidade, em troca de nada Bolsonaro satisfaz os desejos de Trump. Este por sua vez, prometeu em discurso a intenção de designar o Brasil como um aliado extra-OTAN. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), onde manda os EUA, é responsável, por exemplo, por ações militares como contra a Líbia que despedaçou o país.
A entrega da Base de Alcântara, que há duas décadas os EUA pressionavam, sem sucesso, foi dada de bandeja. O acordo firmado, segundo texto do Ministério das Relações Exteriores, prevê as “áreas restritas”, em solo brasileiro, nas quais “o governo da República Federativa do Brasil somente permitirá acesso a pessoas autorizadas pelo governo dos Estados Unidos da América”.
No jantar inaugural da “tournée” nos EUA Bolsonaro disse que veio para desconstruir. Os acordos firmados, de fato vão no sentido de destruir o que temos de soberania. Se vai conseguir, são outros quinhentos!
Misa Boito