Não é novidade para ninguém o papel que ocupam as forças policiais no Brasil. Mas no dia 7 de setembro, na comemoração do bicentenário, ficou escancarado que o Choque da PM não apenas deu a “famosa dura” em jovens negros pela zona sul, mas usou da sua presença ostensiva para intimidar e silenciar um grupo de 8 jovens que vaiaram a motociata que ia ao encontro do inominável. Abertamente, uma intimidação política.
A foto que circulou na internet captava 8 jovens negros vaiando bolsonaristas que iam ao ato convocado em Copacabana. A imagem expressa o que está em jogo nestas eleições. Eram jovens, pobres, negros, no péssimo transporte público, gritando o nome de Lula e vaiando Bolsonaro. Do lado de fora do ônibus estavam motos caríssimas, empresários, membros da classe mais alta. Pobres contra ricos. É assim que o povo vê essa eleição. Para a juventude é a possibilidade de construir um futuro digno elegendo Lula para acabar com o retrocesso.
“Desce todo mundo! Mão na cabeça e encosta!”
Dez minutos após se manifestarem contra o presidente, os 8 jovens foram revistados pelo Choque como “suspeitos”. Suspeitos de quê? Na verdade, a ação do Choque traz consigo a tentativa de sufocar uma manifestação legítima. É a tentativa da imposição do medo. Se no 7 de setembro a horda bolsonarista foi às ruas, junto com os militares e Bolsonaro, aumentando o tom das ameaças, o grito dos jovens representou a resistência de toda a juventude que quer garantir empregos com direitos, acesso ao ensino, cultura e lazer de qualidade, garantido seu futuro. Para isso gritarão e cobrarão de Lula as medidas necessárias para mudanças profundas no país.
Jeffei