Além da Eletrobras, CEMIG na mira das privatizações!

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A CEMIG, a terceira estatal mais importante do setor elétrico, pode ser parcialmente privatizada. As usinas hidrelétricas de Jaguara, São Simão, Miranda e Volta Grande, que representam metade da geração de energia elétrica da Cemig-GT, responsável pela geração e transmissão de energia, podem ser leiloadas em 27 de setembro.

O sindicato da categoria (Sindieletro), a CUT e inúmeras organizações populares lançaram uma campanha contra a privatização que foi abraçada também pelo governador Pimentel (PT) e, mais recentemente, por setores da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), quase a totalidade da bancada mineira no Congresso e a maioria dos deputados estaduais, que formaram a “Frente Mineira em Defesa da CEMIG”.

“Empresas em bom estado financeiro”

O consultor financeiro e ex-presidente da FIEMG e do SEBRAE, Stefan Salej, explica que a Cemig foi fundada porque “a concessionária privada não era capaz de fornecer energia para a nova fase do desenvolvimento em Minas”. Ele diz que é “uma empresa essencialmente estrutural para o desenvolvimento de Minas”. Considera também que os estados estão sendo empurrados para as privatizações, “o que cheira a interesses não muito claros”, pois as empresas “estão em bom estado financeiro” (portal Diário do Aço).

Temer vê no leilão das usinas da Cemig seu maior teste para levar a cabo a venda da Eletrobras e ao menos duas subsidiárias, Furnas e Chesf, em razão da resistência política que vem sofrendo. “Iremos até as últimas consequências para impedir a privatização de Furnas e da Cemig, vamos tentar inviabilizar judicialmente, politicamente e militarmente”, disse o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG).

O leilão está suspenso por liminar na Justiça, mas nada está garantido, por isso se intensifica a campanha contra a privatização. Atos e manifestações estão sendo organizadas nas usinas que ficam na região do Triângulo mineiro, e um abaixo assinado está circulando exigindo a suspensão definitiva do leilão.

Uma campanha envolvendo prefeituras e Câmaras Municipais também se intensifica. Em Juiz de Fora, o vereador Betão (PT) entrou com pedido de audiência pública na Câmara Municipal e, nas próximas semanas, tentará aprovar uma moção exigindo a sua suspensão. Agora é intensificar a passagem do abaixo-assinado e ultrapassar o objetivo de 200 mil assinantes, como se propôs a Frente Mineira.

Sumara Ribeiro

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