Atos exigem reabertura de hospitais no Brás e na Penha, em São Paulo

Neste último sábado (13), por iniciativa de militantes petistas, sindicatos e movimentos populares novas manifestações ocorreram na Zona Leste da cidade para reivindicar a reabertura de hospitais.

Na região do Brás, no distrito da Mooca uma manifestação exigiu a municipalização e reabertura do Hospital Vasco da Gama. A unidade possui capacidade para instalação de 120 leitos hospitalares com baixo custo de recuperação do prédio que está conservado.

A iniciativa do Ato foi do Diretório Zonal do PT da Mooca  e reuniu movimentos populares como a Unificação das Lutas dos Cortiços por Moradia (ULCM), e sindicais como o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep). O ato também recebeu o apoio do Sindicato dos Químicos, do Sindicato dos Médicos e da vereadora Juliana Cardoso.

Ato pela municipalização e reabertura do Hospital Vasco da Gama, para atender na pandemia do Covid-19. Foto Filipe Araujo
Ato pela municipalização e reabertura do Hospital Vasco da Gama (Prédio ao fundo), para atender na pandemia do Covid-19. Foto Filipe Araujo

No ato foi lembrado que distritos da região da Mooca possuem a maior taxa per capita de vítimas de Covid-19 como a Água Rasa e o Pari. Que os custos estimados para reabertura de uma unidade como essa são muito inferiores aos de um Hospital de Campanha improvisado.

A companheira Conceição, dirigente da ULCM e do PT da Mooca lembrou: “Queremos esse hospital aberto. Estamos abandonados. Estamos vendo pessoas morrendo”. Emocionada seguiu falando “nos projetos estamos perdendo vidas, pessoas que estavam conosco, perdem a vida por falta de hospitais para atender e tratar de gente. Podem contar com a moradia até abrir esse hospital. E temos um presidente que só fala em armas, quando precisamos de saúde”.

Sidinei Pitta coordenador da ULCM falou que “os hospitais abandonados, se reabertos garantiriam os leitos dos hospitais de campanha, salvariam vidas. Há uma disputa por respiradores, por isso precisamos de mais leitos do Sistema Único de Saúde no Brás”.

A vereadora Juliana Cardoso (PT) parabenizou a iniciativa de ida as ruas e exigiu mais Sistema Único de Saúde. “Com o decreto de calamidade pública há recursos para o Sistema Único de Saúde. Queremos recursos públicos para o SUS, para os hospitais existentes e para abrir novas portas públicas”. Alexandre Alemão, coordenador da região Leste III do Sindsep, falou que gestão do prefeito Bruno Covas opera sobre a base do improviso e do assédio. Ele afirmou “há assédio, e falta tudo. Falta luva, máscara e dão capa de chuvas para os trabalhadores como equipamentos de proteção”.

De acordo com João Santana, coordenador da Juventude Revolução do PT e secretário do PT da Mooca “os jovens no Brás que trabalham no comércio dos camelôs, na entrega de aplicativos, esses não tem direito a saúde com a situação dos hospitais. Os jovens precisam do direito à saúde”.

Barbara Corrales, a Babi, falou pela executiva do PT municipal de São Paulo “É preciso ampliar os serviços públicos. O PT apoia essa luta pois a cidade precisa de mais saúde pública. Essa luta começou semanas atrás com uma manifestação no Hospital Sorocabana, na região da Lapa. Fizemos uma manifestação em Itaquera por hospital de campanha no fundo da leste. Dória ataca a saúde municipalizando hospitais estaduais. E o governo Bolsonaro para de contar os mortos para esconder. É preciso por fim ao governo Bolsonaro e amanhã (domingo) vamos à Av. Paulista pela defesa democracia, pela vida do povo negro e pelo fim do governo Bolsonaro.”

O diretor de escola municipal Eduardo Macedo, morador da Mooca falou “Precisou de um vírus para evidenciar a importância do serviço público. Esse imóvel fechado é contra a lei, pois ele precisa ter função social. E se tá fechado, não cumpre a lei. Mas o governo ataca os servidores públicos. Paulo Guedes diz por uma granada no bolso do funcionalismo. Eu sou diretor de escola e todos os dias tenho de ir trabalhar para distribuir merenda. Trabalhadores da saúde trabalham e vão colocar uma bomba em nosso bolso? Vão congelar nossos salários por dois anos!”

Lucianne Tahan diretora do Sindsep tomou a palavra para denunciar “Deputados da direita invadiram o Hospital de Campanha do Anhembi para dizer que ele estava vazio. Mas o Hospital de Campanha do Anhembi não está vazio por falta de doentes. Vai no Hospital Pirituba, no Hospital Tatuapé, no Hospital Inácio Proença (João XXIII), no Hospital Tide Setubal e não faltam doentes. Faltam hospitais na cidade para dar conta da demanda. Eu fiquei espantada com o tamanho deste Hospital fechado. Esse hospital podia atender a população permanentemente para cuidar da população.”

Djalma Maria Prado, diretora do Sindsep pediu a palavra “quem está morrendo são mulheres, mulheres negras da periferia. Tem cor e gênero esse massacre contra a população. Não precisamos esperar que matem um irmão negro para nos revoltar. Domingo temos de ir para Av. Paulista para nos manifestar contra esse governo de morte”.

Djalma Prado, dirigente do SINDSEP Foto Filipe Araujo
Djalma Prado, dirigente do SINDSEP Foto Filipe Araujo

O ato foi encerrado por Alexandre Linares, presidente do PT da Mooca “Agradecemos a todos e a todas por participarem, sindicatos, movimentos e militância. Fazemos esse ato para enfrentar a política de morte, de morte para quem não tem plano de saúde, de quem usa e depende do serviço público de saúde. Nos últimos anos o SUS perdeu mais de 40 mil leitos. A emenda constitucional 95 que congela o investimento público condena os serviços ao desmonte. Condenam os hospitais a não ter servidores. Precisamos de trabalhadores da saúde, precisamos de faculdades de cursos de saúde para formar profissionais para atender a população. A Rede Globo diz para ficarmos em casa, para não sairmos para rua. Mas eles querem tirar tudo de nós, de tal forma que eles tiraram nosso medo. Viemos nesse ato reivindicar em nosso bairro para salvar vidas. Vamos derrubar esses muros para ter mais leitos abertos. Vamos lutar para reabrir esse hospital”.

Na Penha, mesma luta: municipalização e reabertura do Hospital abandonado

Hospital abandonado na Penha
Hospital abandonado na Penha

No mesmo dia no bairro da Penha, um dos mais antigos de São Paulo, por iniciativa do Diretório Zonal do PT foi feito no Largo do Rosário uma manifestação com coleta de abaixo assinado pela reabertura do Hospital Maternidade Nossa Senhora da Penha fechado há décadas. Uma imensa estrutura hospitalar abandonada poderia ser facilmente recuperada e colocada a serviço da população para desafogar os hospitais públicos de toda região.

Carlos Aquino, dirigente do PT da Penha explicou: “na gestão Haddad tentamos reabrir, mas só uma parte do Hospital foi aproveitada para uma unidade privada de saúde paga pela prefeitura (OS do Beneficência Portuguesa). Um erro, pois precisamos de um hospital público que aproveite toda essa estrutura abandonada.”

Jeremias, presidente do PT da Penha falou “queremos mais saúde, para salvar vidas”. Conceição, do conselho de saúde região explicou “a população está sofrendo nos corredores dos hospitais, precisamos permanentemente de hospitais públicos do Sistema Único de Saúde, agora já”.

Ato na Penha pela reabertura do hospital
Ato na Penha pela reabertura do hospital

 

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