Bolsonaro está envenenando o país. Literalmente.

Em 22 de julho o Ministério da Agricultura aprovou o registro de 51 novos agrotóxicos, com eles o governo Bolsonaro somou a liberação de 262 novos pesticidas no Brasil. É um recorde de liberações de agrotó­xicos no Brasil.

A política de liberação rápida de no­vos agrotóxicos do governo Bolsonaro foi precedida pelo recorde de apro­vação de novos defensivos agrícolas do último ano de Temer que liberou nada menos que 450 novos produtos.

Entre os novos defensivos liberados estão uma série de substâncias consi­deradas extremamente perigosas ao meio ambiente e a saúde humana. Os produtos considerados mais nocivos que estão nessa rodada de liberações são o Metomil e o Imazetapir. Este último, um tipo de herbicida usado em lavouras de soja, é proibido na União Europeia desde 2004.

Um dos produtos aprovados nesses seis meses de governo Bolsonaro, o Diquate, perdeu seu registro de aprovação para uso na Europa após uma investigação científica compro­var que seu uso representava um alto risco para os trabalhadores rurais e as populações que moravam próximas a áreas de aplicação do produto. Atra­zina é uma substância comprovada­mente nociva para o meio ambiente e também recebeu novas aprovações para uso no Brasil, bem como o Ace­fato, que tem estudos científicos que o associam a queda na fertilidade masculina. Todos eles, liberados no Brasil e proibidos na União Europeia. Nessa situação estão 25% dos novos pesticidas liberados.

Em 2017 o Ministério da Saúde publicou um levantamento que mostrava que 13.982 pessoas foram hospitalizadas naquele ano por into­xicação com agrotóxicos, a maioria trabalhadores e moradores de áreas rurais. Dessas, 492 morreram. Desde então o Ministério não divulgou mais dados sobre o assunto.

Flexibilizar para envenenar
Em 27 de julho a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou um novo marco legal para avaliação de risco dos agrotóxicos no Brasil. Pela nova regra só serão considerados estudos de mortalidade para a classificação de risco agrotóxicos. Isso fará com que a agência descon­sidere outros fatores na classificação e fará com que a maioria dos agro­tóxicos considerados “extremamente perigosos” – nível máximo de risco – passem a ser reclassificados como menos perigosos, como explica Car­los Gomes, gerente-geral de toxicolo­gia da Anvisa, em declarações para o jornal Folha de S.Paulo.

Cristiano Junta

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