O PSOL cresceu, mas de 2 para 2,2 milhões de votos no 1º turno, ganhou 5 prefeitos, inclusive, no 2º turno, numa capital, Belém (vice do PT). Sua estrela é Guilherme Boulos, líder do MTST.
A mídia quer fazê-los enormes, como substituto pela esquerda do PT, mas nem os números nem as posições o confirmam.
Originado da ruptura de “radicais do PT” contra a equivocada reforma de Previdência do governo Lula em 2004, o PSOL, diz seu presidente Juliano Medeiros (OESP 24/11), “está ressignificando a radicalidade” (“rechaçamos o extremismo”).
Se entende então, porque Boulos rechaçou o aumento do IPTU progressivo sobre as mansões, mantido por Jilmar do PT, além da reversão das privatizações (ler mais).
Após 5 reuniões com Boulos, um grupo de 50 empresários e executivos – inclusive de bancos estrangeiros -, em Manifesto de apoio no 2º turno (Valor, 26/11) foram mais longe. O elogio, nunca retificado, é ao Boulos que “descola de um certo anacronismo da esquerda em temas como trabalho, empreendedorismo e parcerias com setor privado”. Uau!
O ocupante Boulos é ressignificado como “um bem-sucedido empreendedor social e político. Fundou e lidera um movimento social que, em duas décadas, apesar da restrição orçamentária, garantiu moradia para mais de vinte mil pessoas”.
Quem, como nós, votou Boulos contra Covas (PSDB) no segundo turno, se inquieta com o futuro deste “empreendendor”. A “restrição orçamentária” vai aumentar e será preciso taxar os ricos e os bancos para financiar serviço público e moradia popular!
J.A.L.