Cadê a oposição para barrar a ofensiva?

Depois da eleição das mesas da Câmara e Senado, o governo e o Congresso entram com tudo para avançar a política que lhes é comum: atacar o povo trabalhador e a nação.

A triste realidade mostrada no episódio desta eleição, com o PT que se anulou como oposição nas eleições de Lira e Pacheco no Congresso, deveria ter um fim.

O descalabro do governo com a pandemia não cessa, o vírus avança e o povo segue sem testagem, sem vacina. Depois da falta de oxigênio, agora há denúncias aterradoras de que pacientes, sem sedativos, são amarrados e entubados. É a barbárie organizada pelo sistema capitalista em crise e que no Brasil está sob o comando de um governo forjado pelo capital financeiro.

O Congresso retoma a discussão e votação de Projetos de Emenda Constitucional (PECs) onde se prevê a retirada de recursos da saúde pública, além da educação.

Bolsonaro avança no seu projeto bonapartista, de tudo controlar acima de todos. E, para agradar a força da grana do capital financeiro, que neste caso, parafraseando a canção Sampa, de Caetano Veloso, só “destrói coisas belas”, edita Medidas Provisórias para entregar a Eletrobrás e os Correios. As refinarias da Petrobras estão à venda.

O governo avança e as multinacionais não dão trégua. Nos seus planos globais de reestruturação, não apenas a Ford, mas várias montadoras estão anunciando fechamento de produção no Brasil, ameaçando centenas de milhares de empregos.

Neste cenário trágico para a maioria do povo, mas de deleite para o capital, é exuberante a ausência de uma voz que se levante para dizer “basta!” e chame o povo à luta. Uma voz que venha daqueles que tem a maior responsabilidade. Mais, muito mais agora, do que quando foram criadas, as organizações dos trabalhadores – em particular o PT e CUT – deveriam estar chamando o povo às ruas.

Mas estão enredadas em outros assuntos!

Em particular o PT, maior partido de oposição deste país, saiu do episódio da eleição das mesas e entrou com tudo no coro de que punir o execrável deputado bolsonarista, com mecanismos herdados da ditadura e elogios ao Supremo Tribunal Federal por “reencontrar-se” com a Constituição –dois dos pilares para que chegássemos onde estamos – vai trazer algum alívio para o povo. É o contrário!

Prisioneiro das paredes destas instituições, o PT não chega nas ruas, onde estão os que não podem ficar em casa para não morrer de fome. O PT não chega ao trabalhador que quer defender seu posto de trabalho, aos jovens que, cerceados no direito à educação, vão vendo seu futuro destruído. Às famílias trabalhadoras que não podem comprar os alimentos básicos. Prisioneiro destas paredes o PT não chega ao povo. Única via se quiser construir uma verdadeira oposição neste vazio de obstáculo para o governo, Congresso e multinacionais avançarem nesta avassaladora onda destrutiva.

Modestamente, o Diálogo e Ação Petista, compreende que reclamar não resolve, que é preciso lutar, indo à rua.

Modesta, mas convictamente, em várias cidades do país, bancas dos grupos de base do DAP colhem assinaturas para Projetos de Lei de testagem em massa –medida fundamental para o controle da pandemia. Nestas bancas, dialogando com a população, uma militante do DAP ouviu de uma trabalhadora “que saudade de ver o PT na rua”. Assim é. Agir como o PT agia é o caminho para construir uma oposição para pôr fim ao sofrimento do povo.

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