Congresso da UNE adere ao 13 de agosto

Milhares de estudantes participaram do Co­nune que se realizou em Brasília durantes os dias 10 a 14 de julho. Somando-se à Confederação Nacional de Trabalhadores e Edu­cação (CNTE-CUT), que chamou, para 13 de agos­to, um dia de paralisação nacional em defesa da Educação e da Aposenta­doria, o Conune convocou “o terceiro dia nacional em defesa da educação em 13 de agosto, contra o governo Bolsonaro e seus ataques, mais emprego e aposentadoria”, como des­taca a Carta de Brasília. Fo­ram aprovadas resoluções de conjuntura, educação e Movimento Estudantil que guiam a nova direção eleita para o biênio 2017-2019.

Com esse mandato para colocar a UNE nas ruas, defendendo tam­bém Lula livre, a chapa “Tsunami da Educação” obteve 4.053 votos (UJS – ligada ao Pcdob, maioria das forças JPT – entre elas a JR -, Levante Popular, PDT e PPL), seguida pela chapa da Oposição (PCR, PSOL, PCB e outros) com 1.228, a chapa da juventude do PSB com 234 e a chapa da juventude da AE e EPS (ambas da JPT) com 200.

Esse ano compareceram mais dele­gados eleitos nas suas universidades (5.715 votos válidos, no Congresso de 2017 foram 4.795). Este aumento no número de delegados tem a ver com as grandes manifestações de maio, quando a UNE foi uma das prota­gonistas. Os estudantes buscaram se apoiar na entidade para resistir aos ataques como os cortes, redução nas bolsas da CAPES, Fies e outros.

No mesmo momento em que o Conune se realizava, o Ministério da Educação anunciava a proposta para dar “autonomia financeira às univer­sidades públicas”. O que, na verdade significaria de destruir sua autonomia e abrir caminho para investimento privado e cobrança de mensalidades. No fechamento desta edição o MEC apresentou, em 17/06, esse programa.

Rechaço ao governo Bolsonaro
No debate sobre desenvolvimento e soberania nacional, o maior do congresso, ouvimos em alto e bom som o grito: “Bolsonaro, fica ligado/ que vai cair o teu governo autoritá­rio”. A luta contra o governo, apro­vada na resolução de conjuntura, foi um aspecto importante do congresso, defendida basicamente por todas as teses. A defesa da Previdência Pública e Solidária, no momento em que o Congresso ultrarreacionário votava contra o povo, esteve também no centro das discussões, tendo as forças políticas da Juventude do PT, como a Juventude Revolução, defendido que a UNE se somasse ao combate global contra a PEC 06 (da contrarreforma), sem negociar direitos.

Momento importante foi quando milhares se manifestaram na Espla­nada dos Ministérios em defesa da educação, emprego e aposentadoria no dia 12 de julho. Estudantes e tra­balhadores com suas organizações disseram um redondo Não à reforma da Previdência e aos cortes.

Na resolução de educação decidiu­-se intensificar a luta contra os cortes, preparando com mais força o dia 13 de agosto. A defesa da assistência estudantil está na resolução para garantir a permanência na universi­dade. O Conune também aprovou a luta contra o aumento das mensa­lidades, as regras atuais do Fies que aumentou muito o endividamento e a redução do Prouni, além da luta em defesa das universidades estaduais.
Lula Livre

A liberdade de Lula foi também uma marca importante desse con­gresso. Lula enviou uma carta aos es­tudantes, lida na plenária final, onde afirma: “vocês tem o desafio de lutar contra o atraso, contra a opressão e contra a ignorância… podem ensinar como é importante lutar para que to­dos, sem exceção, tenham educação de qualidade”.

A presidente do PT, Gleisi Hoff­man, destacou a importância da UNE nesta luta ao discursar no ato Lula livre. Na programação ocorreu tam­bém uma plenária e um festival pela liberdade de Lula. Diversos oradores de vários partidos, organizações e movimentos defenderam Lula livre e denunciaram as violências da Lava jato. Sergio Moro e Dallagnoll foram um dos alvos preferidos que gritavam “Oh Sérgio Moro, seu descarado, prendeu o Lula pra eleger o Bolso­naro”. O Conune aprovou a anulação do julgamento contra Lula e exige sua liberdade imediata.

Reforma radical do Estado
Com este executivo, o Congresso que vota contra o povo, o conluio do Judiciário e as ameaças dos mi­litares, “só uma Reforma radical do Estado, para varrer estas instituições”, defendiam nos debates e na plenária final os delegados da tese “Une é pra lutar” impulsionada pela JR PT, que recentemente já havia criticado a mesa diretora da UNE por ter ido bajular o presidente do Supremo Tribunal Federal que mantem Lula preso injustamente.

A luta tem que continuar!
A UNE tem o desafio de guiar os estudantes. Para isso precisa estar cada vez mais lado a lado com as entidades estudantis no cotidia­no. Agora, é intensificar a luta em defesa da educação, do emprego e da Previdência, com os trabalhadores, e mobilizar para o 13 de agosto realizando assembleias e passadas em sala.
Como destacou Dani, delegada da UFSC e da JR PT, na defesa da chapa na plenária final “construir um 13 de agosto maior pra barrar a reforma e os cortes. A juventude mostra força de luta pra por fim nesse governo”.

Hélio Barreto

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