CUT debate Marcha para revogar a Reforma Trabalhista e as terceirizações

Decisão aprovada em Congressos Estaduais será definida em outubro pela Central 

Os Congressos Estaduais da CUT continuam sendo realizados. No período de 2 a 20 de agosto ocorreram em Pernambuco, Rio Grande do Sul, Sergipe, Piauí, Goiás, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal. 

Na pauta as lutas estaduais, mas também a preparação do 14º Congresso Nacional da CUT que ocorrerá em outubro em São Paulo. 

O Congresso do Rio Grande do Sul, com 450 delegados(as), foi marcado pela volta do CPERS (Sindicato dos Professores Estaduais) à CUT (JOT 920). O Congresso teve ainda uma boa discussão do macro setor do serviço público, colocando no centro o combate à PEC 32(reforma administrativa), ao arcabouço fiscal, ao EC 95 e pela negociação coletiva. Uma emenda sobre o arcabouço fiscal aprovada reafirma o que Lula disse ‘o povo precisa entrar no orçamento’, portanto “não ao arcabouço e sim às demandas do povo”. Os delegados puderam ouvir atentamente sobre a luta dos trabalhadores da alimentação de Erechim, a greve que naquele momento durava 5 dias e que foi reprimida pela ação da polícia. Uma moção foi aprovada com os delegados em pé, dando todo apoio a luta. 

As bancadas da “CUT Independente e de Luta” (CIL) e “CUT Pode Mais”, intervieram de forma conjunta e tiveram todas as suas resoluções aprovadas. 

O Congresso de Pernambuco, teve a participação de 350 delegados(as) e as discussões na conjuntura estadual centraram críticas à desastrosa gestão de Raquel Lyra (PSDB). No plano das lutas, emendas apresentadas pela CIL foram aprovadas: lutar pela revogação das Reformas Trabalhista e da Previdência; lutar contra a aprovação da Reforma Administrativa que se encontra no Congresso; lutar contra a política de privatização e pela reestatização de empresas privatizadas; contra a privatização da COMPESA, do Metrô Recife e da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos); combater o trabalho precário e as desigualdades nas relações de trabalho. 

Marcha a Brasília em debate
Nos congressos da Bahia, Distrito Federal e Minas Gerais, as bancadas da CIL, além das emendas apresentadas nas assembleias de base que elegeram os delegados, tomaram a iniciativa de apresentar uma nova emenda para a convocação pela CUT de uma Marcha a Brasília. A emenda diz: 

“A Reforma Trabalhista retirou inúmeros direitos dos trabalhadores. O fim da ultratividade, a homologação sem a presença dos sindicatos, os contratos individuais e o negociado sobre o legislado. A Reforma Trabalhista combinada com a Lei da Terceirização ilimitada aprofundou a precarização das relações de trabalho e aumentou as incidências de trabalho escravo.

Não bastasse tudo isso, o fim da justiça gratuita do trabalho inibe a entrada de ações movidas pelos trabalhadores contra os abusos patronais. Por isso propomos que a CUT organize uma marcha a Brasília para exigir a Revogação da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) e o fim da Terceirização Ilimitada (Lei 13.429/2017).”

Agora, o debate será feito no Congresso Nacional da Central.

Nestes Congressos Estaduais foram aprovadas ainda moções de Solidariedade ao Povo Peruano na sua luta para derrotar o governo de Dina Boluarte e convocar uma Assembleia Constituinte Soberana, bem como exigindo a retirada das tropas dos Estados Unidos do país vizinho.

João B. Gomes

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