O povo trabalhador elegeu presidente da República a candidata do PT, Dilma Roussef. 56 milhões de eleitores, concentrados nos bairros operários, vilas populares e favelas, votaram pela 3ª vez no candidato do PT à presidência, claramente por emprego e salário, por terra, saúde, educação, moradia e transporte!
Assim, eles afirmaram a vontade de enterrar de vez a política de Serra (PSDBDEM), o candidato “preferido” do imperialismo, dos especuladores, ruralistas e barões da mídia, que queria privatizar o Pré-Sal.
Foram 56 milhões que não se intimidaram com a brutal ofensiva do candidato Serra da “união nacional” – para na verdade fazer o ajuste fiscal exigido pelo FMI -, apoiada pelo capital financeiro internacional, o Departamento de Estado dos EUA, a cúpula de várias igrejas e o próprio Papa.
O povo trabalhador levou o PT à presidência recolocando as suas reivindicações inadiáveis. E que só serão atendidas retomando o controle das riquezas nacionais – com todo o petróleo para a Petrobras 100% estatal -, revogando a legislação imposta pelo FMI herdada do período FHC (como a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei das Organizações Sociais, e o superávit fiscal primário para pagar a dívida), enfim, rompendo com a subordinação ao capital financeiro internacional para estabelecer a soberania nacional.
Foi o povo trabalhador quem deu a vitória à candidata do PT, e não nenhum setor da elite, como o PMDB de Sarney, o PSB de Cid Gomes e outros que agora se assanham para ocupar mais ministérios para barrar o atendimento das reivindicações.
Tudo isso ficou ainda mais claro do 1º para o 2º turno.
Primeiro, a direção entregou muitas das candidaturas a governador a esses “aliados”, em boa parte derrotados.
E depois, no 2º turno, enquanto a direção e os marqueteiros corriam atrás de “aliados” que revelavam os verdadeiros interesses do PMDB, muitos deles fazendo corpo mole, então, foram os setores populares que saíram à rua.
Foram esses setores que detiveram a ofensiva reacionária – desde a igreja de Canindé (Ceará), passando pela gráfica do Cambuci (S. Paulo), até os mata-mosquitos com seu sindicato no Rio – ao que se somaram iniciativas de cartas e atos pela candidata do PT, destacando-se a expressiva manifestação de 10 mil convocada da FUP em defesa da Petrobras.
Mobilizados, esses setores, sindicatos e organizações trouxeram suas reivindicações para a campanha.
Eleita presidente, Dilma falou em “erradicação da miséria” e em “estender a mão” à oposição. Mas derrotado, Serra todavia disse que “estamos apenas começando uma luta de verdade”.
De fato, na crise mundial, o imperialismo não deixa margem e busca retomar posições no continente (Venezuela e Equador).
No Brasil, a pretexto da crise do câmbio (guerra de moedas), ele volta a exigir cortes, reforma da previdência e privatizações, o tal “ajuste fiscal”, para garantir as suas exportações e a especulação. O contrário do que o povo votou!
E qual o sentido da candidata eleita voltar com a “erradicação da miséria”? Lula falou isso há 8 anos e repetiu há 4 anos. Mas com todo apoio popular, não era possível, por exemplo, a reforma agrária acabar a miséria no campo? Não era possível reestatizar e readmitir os demitidos na privatização? Nem adotar medidas pra tirar das ruas e prevenir a praga da droga?
Sim, era e é possível, mas ao invés de continuar a mesma política, é preciso um governo do PT que rompa com as leis herdadas de FHC e do FMI. O povo apoiará com entusiasmo! O presidente do PT, Dutra diz que “este não será um governo do PT”. Nós dizemos: é preciso um verdadeiro governo do PT!
É mais que hora de romper definitivamente com a política do FMI, do G20 e do Banco Mundial.
* Uma questão urgente é o aumento real do salário mínimo, o reajuste das aposentadorias para 2011 e os acordos salariais com servidores públicos, sem resposta clara da candidata à pressão do “mercado”, agora a CUT tem a responsabilidade, que o PT com a maior bancada eleita só pode apoiar, de se dirigir a Brasília para exigir o que é de direito!
* Outra questão atual é a crise do câmbio – elevar alíquotas de IOF não vai deter a especulação financeira alimentada por Washington, e apoiada nos altos juros do Banco Central. Mas há uma saída para proteger a produção nacional garantindo os empregos, é a Centralização do câmbio (v. pág. 8): o governo autoriza comprar equipamentos para o Pré-Sal, por exemplo, mas não carros ou supérfluos. Assim, se constrói um verdadeiro mercado interno como base no consumo popular.
* Está Igualmente colocado o problema da tramitação da PEC das 40h bloqueada no Congresso por Temer, o vice do PMDB, do fim do fator previdenciário, além da atualização do índice de produtividade da terra negado pelo ministro do PMDB. Afinal, quem pode acreditar que esses e outros ministros “aliados” vão atender o povo?
* E, o quanto antes, a necessidade de retirar as tropas do Haiti que acompanham a tragédia e as epidemias, reprimindo o povo e assassinando sindicalistas!
São todas decisões urgentes!
Como mostram as conquistas dos metalúrgicos, petroleiros e canavieiros, e a greve nacional bancária no meio da campanha eleitoral, é da força das organizações dos trabalhadores da cidade e do campo que, afinal, dependerá o rumo dos acontecimentos.
É a serviço dessa força que a Corrente O Trabalho, desde o 1º turno com nossos candidatos, se dispôs integralmente. Agrupar para luta de classes e pela luta de classes, é a nossa bandeira, parte das bandeiras da fundação do PT.
Nesta nova e decisiva etapa que se abre, convidamos os companheiros petistas a estreitar os laços que, como já se vê, serão necessários mais do que nunca!
Vamos dar toda força ao 3º Encontro Nacional Diálogo Petista de Março, convocado por mais de 30 candidatos e parlamentares eleitos de diferentes trajetórias, em resposta ao chamado “de voto PT por um verdadeiro governo de mudança, com aliados, sim, mas aliados de forças comprometidas com as aspirações do povo”.
Por tudo que depois ocorreu, está claro que o Encontro Diálogo Petista deve colocar-se a altura do desafio da nova situação, o que começa desde já pela sua preparação em Plenárias Estaduais ainda em 2010.
É o que a Corrente O Trabalho propõe! Contribua com a nossa campanha financeira anual, garantia de nossa independência! Junte-se a nós!