Não vai ter golpe, vai ter reforma agrária!
Numa semana decisiva para barrar o golpe, nas fábricas, escolas, locais de trabalho e nas ruas, tudo se concentra em ampliar a força da maioria do povo trabalhador que não quer ver o país mergulhado no retrocesso pretendido pelas forças que articulam o golpe.
Entre os dias 15 e 17 estará em votação o fraudulento pedido de impeachment da presidente Dilma, turbinado pela fraudulenta Operação Lava Jato. O que farão os deputados desse Congresso, o mais reacionário desde 1964, o povo não controla. Mas uma coisa é certa, a força que vem se construindo, em particular depois das robustas manifestações de 18 de março, seja qual for o resultado da votação, estará disposta a prosseguir o combate.
As organizações operárias, sindicais e partidárias, o movimento popular, a juventude, o movimento democrático, os artistas, intelectuais, juristas, profissionais liberais, donas de casa, aposentados, religiosos, jornalistas, enfim a maioria do povo trabalhador levantou a cabeça para dizer, “não vai ter golpe! ” e defender seus direitos.
Enganaram-se os golpistas que esperavam liquidar a fatura com a mesma facilidade com que levam coxinhas para passear aos domingos nas grandes avenidas e orlas marítimas.
O movimento de resistência contra o golpe retomou e aprofundou a polarização das eleições de 2014. É a luta das classes oprimidas para defender o mandato dado nas eleições presidenciais, derrotando a elite pró-imperialista, mancomunada com os que mandam a partir de Washington.
Nos dias 15 e 17 os trabalhadores da cidade e do campo que produzem a riqueza desse país, e com eles todas as camadas sociais comprometidas com os interesses da maioria do povo e da nação, estarão mobilizados, de olho.
Dia 18 começa uma nova etapa da luta. Não é apenas derrotar o golpe, senão no Congresso, e no Judiciário, nas ruas. É derrotar também a política dos golpistas que querem entregar o país à espoliação do capital financeiro. É derrotar também a política dos golpistas que pretendem jogar os trabalhadores à exploração, sem freios dos patrões e por isso querem destruir as organizações construídas na luta da classe trabalhadora.
Mas as organizações estão de pé e chamam o combate.
Com tudo e por tudo, o PT há anos sob fogo do Judiciário para aniquilá-lo, que se viu desnaturado pela política de alianças com setores que hoje se aliam a seus verdadeiros pares, os golpistas, o partido que no governo, apesar das conquistas arrancadas pela luta, frustrou as expectativas de reformas profundas, esse partido começou a levantar a cabeça, empurrado pelos pés que o construiu.
Em que pese o ódio disseminado pelos setores reacionários, com direito a propaganda gratuita na grande imprensa, o PT, agindo como agia, pode conduzir a maioria do povo oprimido a uma luta sem trégua às forças da reação. É o que se espera. É por isso que ecoou a frase do companheiro, ministro Patrus Ananias, quando do anúncio de medidas de retomada de assentamentos para os sem-terra: “Não vai ter golpe, vai ter reforma agrária! ”
Não vai ter golpe, vai ter emprego! Não vai ter golpe vai ter direitos, educação, saúde, democracia e soberania!
Seja qual for o resultado da votação no Congresso Nacional, a situação aberta com o golpe em marcha não estará encerrada. Com o Diálogo e Ação Petista, engajado na criação dos Comitês contra o golpe, queremos contribuir para o desenlace positivo dessa situação, para o povo e a nação, reforçando a luta pelo atendimento do anseio majoritário inscrito nas urnas em 2014, de mudanças profundas para livrar o país da dominação imperialista.