É dado o alerta: pode faltar gás de cozinha no Brasil!

A política de desinvestimento para preparar a Petrobras para a priva­tização já começou a provocar desa­bastecimento do gás de cozinha em várias regiões. O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (INEEP) denunciou dia 21 de junho que, apesar da demanda do GLP na Região Nordeste ter aumentado, a pro­dução nas refinarias vem diminuindo e pode faltar gás de cozinha no próximo trimestre em vários estados nordes­tinos e também em Santa Catarina. A atual situação chega, em estados como Rio Grande do Norte, a 95% das revendedoras sem gás de cozinha. Enquanto o consumo de GLP cresce no terceiro trimestre de cada ano, en­tre 5% e 10%, em relação ao trimestre anterior, a produção vem caindo ano a ano: no primeiro trimestre de 2016, a produção que era 1,1 milhão; chegou a 945 mil no terceiro trimestre de 2017 e no primeiro trimestre de 2018 caiu para 862 mil barris equivalentes de petróleo por mês.

Preços explodem

O preço do botijão na Paraíba já che­gou a R$150,00 em algumas revende­doras! Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT), um dos itens do programa de desinvestimento da Petrobras é justamente a redução das cargas nas refinarias, o que influencia diretamente o abastecimento do gás de cozinha. Em 2014, a produção nas refinarias do país bateu recorde. As uni­dades chegaram a refinar uma carga de 2,1 milhões de barris de petróleo por dia. A partir do governo golpista de Temer a ordem foi reduzir o processamento das cargas das refinarias para comprar do mercado estrangeiro o que o país tem tecnologia e capacidade para produzir. Para o dirigente do PT e ex-deputado estadual pela Paraíba Rodrigo Soares é preciso recuperar a política nacional de incentivo à produção das refinarias na­cionais, para que o povo brasileiro não se submeta ao humor do mercado inter­nacional. “Desde a descoberta do Pré-sal, em 2007, ficamos autossustentáveis na produção dos derivados do petróleo. Não tem sentido agora desabastecer o país com a paralisação das refinarias com o único objetivo de vender um pa­trimônio que foi construído para servir ao Brasil. Por isso que somente com a retomada de um governo nacional e popular poderemos recuperar a agenda da Petrobras para todos os brasileiros”.

Tiago Maciel

LUTA CONTRA O DESMONTE DA PETROBRÁS

A Petrobras comunicou em 3 de julho que suspendeu o processo de privatização das refinarias Landulpho Alves (RLAM/Bahia), Abreu e Lima (RNEST/Pernambuco), Alberto Pasqualini (REFAP/Rio Grande do Sul), Presidente Getúlio Vargas (REPAR/Paraná), bem como dos dutos e terminais das regiões Sul e Nordeste, da Araucária Nitrogenados (FAFEN-PR) e da Transportadora Associada de Gás (TAG). O STF proferiu decisão ao julgar Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenaee) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUTt), que questionam a Lei das Estatais (13.303/2016), que impôs uma série de alterações aos estatutos das empresas públicas para que sejam geridas como entidades privadas. A Ação é um dos instrumentos de resistência do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, que reúne petroleiros da FUP, bancários da CUT, eletricitários, engenheiros e outras categorias na luta contra a privatização e sucateamento das estatais.

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