É urgente deter a escalada golpista

Reforçar a resistência e passar à contraofensiva

Em poucos dias, um concentrado de fatos demonstrou a situação de caos e regressão que ameaça a nação brasileira e sua maioria oprimida. Mais que um alerta, a situação torna clara a urgência da luta para barrar a escalada golpista das instituições – Executivo Legislativo e Judiciário. Ainda que muitas vezes trombando entre si, fruto da crise de um regime que o golpe só aprofundou, todas estão perfiladas nos objetivos do golpe.

O que se evidencia, a cada dia e a cada fato, é que, sem legitimidade, atropelando a democracia, abusando da repressão e até mesmo mobilizando setores reacionários para voltarem às ruas, as atuais instituições estão dispostas a avançar na espoliação da nação e de seu povo.

Temer interfere para garantir o imóvel de seu amigo ministro Geddel, enquanto prepara a contrarreforma da previdência e dá sequência ao desmonte da Petrobrás e à entrega do Pré-Sal.

No Congresso avança a votação da PEC 55, aprovada em primeiro turno no Senado com voto favorável de 61 dos 81 senadores, enquanto do lado de fora milhares de manifestantes eram brutalmente reprimidos pela Polícia Militar.

A Câmara se prepara para votar a MP 746 de reforma do ensino médio, e na fila estão projetos de terceirização, revisão da definição de trabalho escravo e outros, para satisfazer os interesses das oligarquias que infestam as ca­sas legislativas e dos empresários que querem aumentar a exploração dos trabalhadores.

O Judiciário, com os “promoters boys” treinados e orientados pelo Departamento de Estado dos EUA, se alça a um poder soberano sobre todos os demais, e almeja estabelecer uma ditadura do Judiciário, um verdadeiro estado de exceção. Como bem sintetizou o ex-Ministro da Justiça, Eugênio Aragão, as 10 medidas de “combate à corrupção” que o Ministério Público que enfiar goela abaixo, são “um projeto de poder”. Projeto que para se viabilizar, vale até que promotores incitem os coxinhas a ir para as ruas, enquanto o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, prestigia o congresso de um grupo fascista, como o Movimento Brasil Livre.

O 31 de agosto, com a votação que consumou o golpe, foi só o começo. Frágil, sem apoio popular, expressando no Brasil a situação de crise da dominação imperialista, o governo Temer não tem para onde correr, pois existe para entregar a nação aos interesses do capital financeiro que patrocinou o golpe.

Também para os trabalhadores, e todos os setores oprimidos, não há dois caminhos. Só há o da luta para dar um basta a esta situação  em defesa dos direitos, da democracia e da soberania da nação.

Luta para a qual, há três décadas construíram seu partido. O PT hoje está em crise, derrotado no golpe e nas eleições municipais, mas segue sendo a maior conquista do povo trabalhador brasileiro. Ele pode, e deve, reatando com seus compromissos originais, ser o ponto de apoio para unir todos os oprimidos e dizer chega, nem mais um dia de governo golpista! Ao lado da CUT, ajudar a preparar uma verdadeira greve geral, por nenhum direito a menos e por Fora Temer. Ao lado da maioria do povo, impedir a entrega do Pré-sal e barrar todas as medidas que dilapidam a soberania nacional.

Recuperando seus fundamentos, o PT pode se reconstruir como o instrumento de luta das grandes massas brasileiras que anseiam pelas reformas profundas que as tirem da miséria e liberte a nação do jugo do imperialismo, tarefa que só uma Constituinte Soberana pode cumprir.

Reforçar a resistência, derrotar o golpe e passar para à contraofensiva, é uma necessidade urgente para a classe trabalhadora, para a qual a reconstrução do PT deve servir.

A Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da 4ª Internacional acabou de realizar seu 33º Encontro Nacional e reafirmou nas resoluções adotadas: contem conosco nesta luta!

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