As coisas se ligam. No circo de horrores que se monta no futuro governo de Bolsonaro há uma pedra no meio do caminho: o PT e sua principal liderança, Lula, para lutar contra o desastre que se anuncia para a maioria oprimida do povo e para a nação. Por isso, depois das eleições o bombardeio contra PT se intensificou.
Um governo cujo chanceler designado diz que Trump é o deus que vai salvar o ocidente. Um presidente que bateu continência à bandeira dos EUA e cujo filho vai a Washington, em nome do pai eleito, e sai em fotos com boné de campanha de Trump 2020!
Um presidente eleito que foi parabenizado pelo Conselho Nacional de Segurança dos EUA por ter provocado a saída dos médicos cubanos do Brasil, colocando em risco a saúde de 30 milhões de brasileiros. Um governo que coloca na Saúde um ministro ligado aos grupos privados de saúde; na Educação um obscurantista que diz ser preciso banir da educação a “doutrinação de índole cientificista”.
Mas sobretudo, um governo – apoiado no Judiciário, com o superministério da Justiça de Moro, entregue à Polícia Federal, e nos militares, já são meia dúzia os generais designados para o alto escalão – que se desenha como uma agência imperialista de Trump. Apoiado no Judiciário e no aparato militar, um governo que pretende, com Paulo Guedes na Economia, entregar o país à voracidade do capital financeiro. Este governo sabe que tem uma pedra no meio do caminho.
A classe trabalhadora brasileira tem suas organizações, em que pesem as dificuldades, para lutar em defesa de seus direitos e com elas buscarão resistir. E tão ou mais vigorosa será a resistência contando com a principal ferramenta política construída pelos trabalhadores para lutar pelos seus interesses, o PT Os desafios não são poucos diante dos ataques que anunciam os “Trumps boys”.
Os desafios não são poucos, mas o PT tem as condições de ocupar o lugar maior na condução da resistência. Defender os direitos, como a previdência, que será o alvo de ataque no início do próximo ano. Levar o combate em defesa da educação pública que está sendo destroçada. Não arredar pé na defesa da democracia e levantar a campanha Lula Livre com toda força.
Na condução dessas lutas, erros do passado devem ficar no passado, não podem se repetir.
Dois dos generais que integrarão o governo Bolsonaro, foram comandantes das tropas brasileiras, enviadas em 2004 ao Haiti para chefiar as tropas de ocupação da ONU, por decisão do imperialismo dos EUA. Ocupação à qual resistiu o povo haitiano e cujo fim era exigência de uma forte campanha no Brasil e em nível internacional. Estará também no novo governo Joaquim Levy, ex-ministro do segundo governo Dilma, que promoveu o maior choque com a base operária do PT, levando à uma forte mobilização dos trabalhadores com seus sindicatos.
Em tempos difíceis para os trabalhadores, no Brasil e no mundo, não há conciliação possível com os algozes imperialistas e seus ventríloquos locais. A política de alianças dos governos petistas, decorrentes da adaptação às instituições que subjugam o país ao capital financeiro, deve ficar para trás.
São lições necessárias a se tirar, até para o PT se colocar à altura da tarefa que ele está chamado a cumprir e pode cumprir.
Com esta disposição, com o Diálogo e Ação Petista, chamamos a discussão no partido, convidando os grupos de base do DAP a se reunir, discutir e se preparar para ajudar a resistência do povo, que integra a defesa incondicional do PT, a começar pela luta da libertação de Lula.