35 mil pessoas compareceram em 27 de março no comício de Jean-Luc Mélenchon em Marselha, a terceira maior cidade da França. Mélenchon iniciou seu discurso na praia do Prado, à beira do Mar Mediterrâneo, novamente dedicando o comício “a luta pelo cessar-fogo e o fim da invasão Russa.”
“É o momento de lembrar que todos nós compartilhamos as consequências dessa guerra, por que o abastecimento de trigo, este alimento básico, depende da Ucrânia e os navios de transporte estão bloqueados no Mar Negro e a próxima colheita está prejudicada pela guerra.”, prosseguiu.
Ele afirmou, “Eu acredito agir contra a guerra e pelo conjunto dos franceses quando digo que é necessário um plano de medidas de urgência face à explosão de preços que jogam as famílias na angústia e no desespero.” E detalhou que a explosão dos preços do gás, da eletricidade e dos gêneros de primeira necessidade devem ser tabelados.
Mélenchon assumiu o compromisso: o “governo da União Popular [agrupamento que apoia sua candidatura] assim que se constituir tabelará os preços imediatamente, os reduzindo ao nível em que eles estavam à primeira vez que fiz essa proposta [no início da guerra na Ucrânia].”
O discurso de cerca de uma hora tocou em diversas questões. Dentre elas, o aumento do SMIC (Salaire Minimum de Croissance, na sigla em francês), um tipo de salário mínimo na França e a contratação de funcionários públicos que hoje trabalham em um regime de contrato temporário, sem estabilidade.
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Mélenchon ganhou uma dinâmica de ascensão nas intenções de votos de acordo com todas as pesquisas eleitorais nas últimas semanas, o que o consolidou isolado em terceiro lugar nas pesquisas. Agora, de acordo com a última pesquisa IPSOS de 28/4, pela primeira vez, ele aparece empatado na margem de erro com Le Pen (extrema-direita) indicando uma possibilidade de ir ao 2o turno da eleição presidencial, contra Macron (direita), candidato à reeleição.