Enfermeiros voltam a ocupar a praça dos três poderes no 1° de maio

Com informações do Sindicato dos enfermeiros do DF

“Há exatamente um ano – relembra o sindicato dos enfermeiros do Distrito Federal – em 1º de maio de 2020, um protesto silencioso ganhou o mundo. A mobilização de trabalhadores da Enfermagem naquela data foi interrompida pela ignorância, mas gerou frutos que ainda estão sendo colhidos – e representou uma mudança histórica na capacidade de mobilização da categoria.”

Mais do que isso, foi uma das primeiras mobilizações presenciais de trabalhadores no Brasil depois do inicio da pandemia, mostrando que era possível e necessário retomar as ruas com toda a segurança, para enfrentar a situação.

Neste 1° de maio de 2021, os enfermeiros do Distrito Federal voltaram a realizar um ato na Praça dos Três Poderes. Mas se o objetivo do ano passado era homenagear os trabalhadores que tinham perdido a vida em função do combate à pandemia, neste ano, de acordo com o sindicato a mobilização foi além e não teve como lema apenas o luto mas também “a luta pela aprovação do Projeto de Lei 2564/2020, que estabelece o Piso Salarial e a jornada semanal de 30 horas para os enfermeiros de todo o Brasil.”

Com início às 8 horas, os presentes no ato carregaram cruzes e pintaram as mãos, levando ainda mensagens com referências aos trabalhadores que perderam suas vidas no combate à pandemia e pedidos pela aprovação do PL 2564.

Não somos heróis

A presidente do SindEnfermeiro, Dayse Amarílio, que participou do ato, ressaltou que o sentimento de perda pelos colegas de trabalho ainda é muito presente, mas que no momento a Enfermagem precisa se levantar e se mobilizar em prol das pautas de seu interesse.

“Há um ano atrás, nós estávamos aqui lembrando dos colegas mortos. O sentimento de dor ainda permanece, mas soma-se a isso o sentimento de revolta, de querer um basta. Não aguentamos mais, pois não somos heróis”, afirmou.

A enfermeira Lígia Maria, que também esteve presente no ato, relembrou a importância de realizar o ato em homenagem aos enfermeiros, e questionou a falta de ação dos governos federal e distrital em relação ao enfrentamento da pandemia ao relembrar as 400 mil mortes atingidas nesta semana – além da relutância em oferecer melhores condições aos profissionais de saúde.

“Na semana do 1º de maio, o Brasil chegou aos 400 mil mortos – que passaram diretamente pelas mãos da Enfermagem. E essas vidas infelizmente não puderam ser salvas, graças à negligência do Governo Federal, a sobrecarga do sistema sanitário e a falta de vacinas por conta da inação dos governos Bolsonaro e Ibaneis”, afirmou.

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