No último dia 18, mais de 70 cidades tiveram atos convocados pela UNE, UBES e ANPG em resposta aos recentes cortes promovidos no orçamento por Bolsonaro. Desde o início do ano, o governo criminoso usa como desculpa o Teto de Gastos para estrangular o orçamento do Ministério da Educação. Foi assim em junho com o bloqueio de 3,2 bilhões de reais e agora em outubro com o bloqueio de 2,4 bilhões de reais. Em ambos os casos, o governo recuou no contingenciamento de parte desse valor após pressão de setores da Educação.
Essa política tem gerado revolta nos estudantes ao se depararem com as escolas com estruturas precárias, universidades com risco de fecharem as portas e bolsas de pesquisa cortadas. É parte do plano de Bolsonaro para levar a cabo a ideia de transformar o acesso à educação em algo “para poucos”.
A Juventude Revolução do PT decidiu construir a mobilização com uma linha independente de “recomposição do orçamento, revogação da EC 95 e Lula Presidente!”. Diferente do dia 11 de agosto, quando a direção da UNE apostou na política de frente ampla, os atos do dia 18 foram de mobilizações nas ruas e revelam que é possível mobilizar, até mais estudantes, se suas demandas reais como verbas, bolsas e restaurantes estiveram no centro das convocações, associando-as à reta final da disputa eleitoral para trazer mais e mais jovens e engrossarmos o caldo da vitória de Lula presidente dia 30 de outubro.
A mobilização em alguns estados
No Rio de Janeiro, mais de 10 mil estudantes de Institutos Federais e universidades se reuniram na Candelária para lutar contra o confisco. Já em Volta Redonda, o ato contou com cerca de 200 estudantes. Era comum ver estudantes com adesivos do Lula e puxando palavras de ordem por direitos e Lula presidente. Em VR, mesmo com a tentativa da CST (corrente do PSOL) e UJC (ligada ao PCB) de abafar os gritos dos estudantes que falavam em Lula, os manifestantes continuaram a dizer que pra resolver os cortes só Lula presidente.
Em MT, o ato teve cerca de mil estudantes da UFMT e dos IFs. A JR esteve presente. Nas falas apareciam denúncias do sucateamento da UFMT e do IFMT e a necessidade de eleger Lula para recompor o orçamento.
No DF, o ato contou com cerca de 200 estudantes e tinha como principal questão apresentada nas falas a preocupação com emprego e continuidade dos estudos. Em fala, um representante do Centro Acadêmico de Pedagogia da UnB afirmou “estamos na rua porque queremos formar e ter empregos”.
Em SP, 12 mil estudantes ocuparam a Paulista. Eles denunciaram a crise enfrentada na Educação pela política desastrosa do governo.
Em AL, cerca de 100 estudantes do IFAL – campus Arapiraca – realizaram ato em frente ao Instituto com cartazes e vestidos de preto exigindo investimento na Educação e melhorias estruturais para os IF’s. Na Escola de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Professora Izaura Antônia de Lisboa, os estudantes tiveram que adiar a mobilização devido às ameaças que o grêmio tem recebido por organizar mobilizações contra o Governo Bolsonaro. Fato similar ocorreu em Juiz de Fora, na Escola Estadual Duque de Caxias, Minas Gerais. A marca foi a truculência e censura contra os estudantes. Na Universidade Federal de Viçosa, um motorista furou o bloqueio do ato e atropelou uma estudante. O motorista disse: “vou fazer vocês de boliche.” Em Juiz de Fora, 900 da UFJF estiveram nas ruas.
Em Salvador, 2 mil estiveram nas ruas. A JR estava presente com faixa, cartazes e panfletos. Muitos estudantes reivindicavam a defesa da ciência e da universidade.
Em Florianópolis (SC), cerca de 7 mil estudantes e trabalhadores da Educação denunciaram os problemas enfrentados com os cortes no orçamento. Muitos cartazes pediam Lula presidente.
A mobilização deve continuar para defender a recomposição do orçamento e exigir a revogação do Teto de Gastos que anualmente tira mais das universidades, IFs e escolas. É necessário dar todo gás nas ruas para eleger Lula presidente, a saída mais econômica para a crise que a Educação enfrenta nesse momento.
Victor Caíque